segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Hoje há Noite de Poesia no Pinguim - Bom Natal a todos!!!!

DIA DE NATAL

Hoje é dia de ser bom.
É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
de falar e de ouvir com mavioso tom,
de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

É dia de pensar nos outros – coitadinhos – nos que padecem,
de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a sua miséria,
de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não merecem,
de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão séria.

Comove tanta fraternidade universal.
É só abrir o rádio e logo um coro de anjos,
como se de anjos fosse,
numa toada doce,
de violas e banjos,
entoa gravemente um hino ao Criador.
E mal se extinguem os clamores plangentes,
a voz do locutor
anuncia o melhor dos detergentes.

De novo a melopeia inunda a Terra e o Céu
e as vozes crescem num fervor patético.
(Vossa excelência verificou a hora exacta em que o Menino Jesus nasceu?)
Não seja estúpido! Compre imediatamente um relógio de pulso antimagnético.)

Torna-se difícil caminhar nas preciosas ruas.
Toda a gente acotovela, se multiplica em gestos esfuziante.
Todos participam nas alegrias dos outros como se fossem suas
e fazem adeuses enluvados aos bons amigos que passam mais distante.

Nas lojas, na luxúria das montras e dos escaparates,
com subtis requintes de bom gosto e de engenhosa dinâmica,
cintilam, sob o intenso fluxo de milhares de quilovates,
as belas coisas inúteis de plástico, de metal, de vidro e de cerâmica.

Os olhos acorrem, num alvoroço liquefeito,
ao chamamento voluptuoso dos brilhos e das cores.
É como se tudo aquilo nos dissesse directamente respeito,
como se o Céu olhasse para nós e nos cobrisse de bênçãos e favores.

A oratória de Bach embruxa a atmosfera do arruamento.
Adivinha-se uma roupagem diáfana a desembrulhar-se no ar.
E a gente, mesmo sem querer, entra no estabelecimento
e compra – louvado seja o Senhor! – o que nunca tinha pensado comprar.

Mas a maior felicidade é a da gente pequena.
Naquela véspera santa
a sua comoção é tanta, tanta, tanta,
que nem dorme serena.

Cada menino
abre um olhinho
na noite incerta
para ver se a aurora
já está desperta.
De manhãzinha
salta da cama,
corre à cozinha em pijama.

Ah!!!!!!!

Na branda macieza
da matutina luz
aguarda-o a surpresa
do Menino Jesus.

Jesus,
o doce Jesus,
o mesmo que nasceu na manjedoura,
veio pôr no sapatinho
do Pedrinho
uma metralhadora.

Que alegria
reinou naquela casa em todo o santo dia!
O Pedrinho, estrategicamente escondido atrás das portas,
fuzilava tudo com devastadoras rajadas
e obrigava as criadas
a caírem no chão como se fossem mortas:
tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá-tá.
Já está!
E fazia-as erguer para de novo matá-las.
E até mesmo a mamã e o sisudo papá
fingiam
que caíam
crivados de balas.

Dia de Confraternização Universal,
dia de Amor, de Paz, de Felicidade,
de Sonhos e Venturas.
É dia de Natal.
Paz na Terra aos Homens de Boa Vontade.
Glória a Deus nas Alturas.

António Gedeão

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pé de Vento - 30 anos!

Inaugura amanhã, sábado dia 13 às 16h, na Galeria da Biblioteca Almeida Garrett a exposição dos 30 anos de vida do Pé de Vento. Um percurso pelos cenários, figurinos e adereços de uma grande parte dos espectáculos produzidos pela companhia. Na abertura, estarei lá a ler textos poéticos que fizeram parte de algumas dessas produções.
No dia 20, também no mesmo espaço, dar-se-á início à reposição de “História do Sábio Fechado na Sua Biblioteca” de Manuel António Pina, na qual participo como actor e que estará em cena até ao dia 1 de Fevereiro.
Apareçam!

O Livro da Selva


terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Notícias de um ausente

Há já muito tempo que não venho aqui dar notícias e os meus amigos devem estar já a pensar que eu desisti do blog, mas não.
O trabalho ocupou todo o meu tempo. Entre o “Palavras Que Vos Quero” no Teatro da Vilarinha, o “Presença da Poesia” no mesmo teatro, as segundas-feiras de poesia no Pinguim, as quintas de escrita surrealista no mesmo bar, os II Encontros Mário Cesariny na Cupertino de Miranda em Famalicão, a gestão dos recursos humanos no musical “Fame”, o apoio na direcção de actores na reposição em Sintra de “Peter Pan, O Musical” e a direcção artística e encenação do espectáculo “O Livro da Selva” que estreou no dia 28 no Teatro da Avenida em Vila Nova de Gaia (junto ao El Corte Inglés) tornou absolutamente impossível vir até aqui dar notícias.
Entretanto, espero que apareçam às segundas e quintas no Pinguim Café e que vão até Gaia vêr “O Livro da Selva”.
Numa proxima oportunidade, farei um post mais detalhado sobre este último trabalho.
Até já!

terça-feira, 7 de outubro de 2008

A Poesia continua!

A poesia arrancou ontem de uma forma surpreendente. Obrigado a todos os amigos que responderam à chamada e a todos os que desceram à cave. Foi uma noite memorável.
Na próxima segunda-feira há mais!
Entretanto, para quem ainda esteja com fome de letras, amanhã, quarta-feira há poesia no Púcaros Bar e na quinta-feira regressam ao Pinguim as Noites da Escrita Surrealista.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

06 de Outubro - A poesia regressa à cave


As noites de poesia do Pinguim estão de regresso. Agora às segundas-feiras e com um modelo diferente.
A mais visível das mudanças é que agora haverá um músico convidado para cada mês, cabendo Outubro ao Blandino.
Além do mais, pretende-se que este seja também um espaço livre de expressão, onde surjam novos poetas, novos leitores.
Apesar das noites estarem centradas na poesia, desafios têm sido lançados a performers, pintores, escultores e todos aqueles que queiram comunicar ou intervir da forma que lhes aprouver.
Que a espontâneidade artística regresse à cave do Pinguim!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Novo espectáculo - Estreio na quinta-feira 25 de Setembro

O Teatro Experimental do Porto vai estrear na próxima quinta-feira às 21h15 o Ciclo Viagens que engloba 3 peças: “Não me Lembro de Nada” e “Clara”, ambas de Arthur Miller e com tradução, encenação e figurinos de Susana Sá, cenografia de Ricardo Preto, desenho de luz e sonoplastia de Eduardo Brandão. “Não me Lembro de Nada” conta com as interpretações de Alice Vasconcelos e Oliveira Alves enquanto em “ Clara” estão a cargo de José Cruz, Raquel Rosmaninho e Rui Spranger. Para terminar teremos “Restos” de Bernardo Santareno, com encenação e cenografia de José Dias, figurinos de Mário Dias Garcia, desenho de luz de Eduardo Brandão e interpretações de Daniel Pinto e Mané Carvalho.
Os espectáculos estarão em cena de quarta a sabado às 21h15 e aos domingos às 16h, até 19 de Outubro.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Missa de Sétimo dia - Joaquim Castro Caldas

A missa de sétimo dia em memória do Joaquim realizar-se-á às 19h de sabado na Igreja do Bonfim.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Joaquim Castro Caldas hoje à noite na Rádio Universitária do Minho

A propósito do falecimento de Joaquim Castro Caldas, no Livros com RUM desta semana repomos uma entrevista recentemente concedida a este programa. Esta conversa-testemunho é, ao mesmo tempo, pungente, lírica e dramática. Joaquim Castro Caldas foi uma das últimas vozes da poesia em que o risco foi companheiro da entrega à vida na sua dimensão mais intensa."Num dia abstracto uma conversa concreta".Fica aqui a nossa homenagem a um dos últimos trovadores andarilhos da criatividade poética onde a valeta era a porta do Ser.
Para ouvir Quinta-feira entre as 21 e as 22 horas, Domingo, entre as 20 e as 21, ou em www.rum.pt

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Hoje à Noite no Púcaros

António Pedro Ribeiro homenageia o poeta e diseur recentemente falecido Joaquim Castro Caldas no Púcaros Bar no Porto (à Alfândega) na próxima quarta, dia 3, pelas 23,30 horas. Ribeiro diz poemas de Castro Caldas e dele próprio na habitual noite de poesia do Púcaros que tem lugar todas as quartas-feiras. Outras intervenções a cargo de Isaque Ferreira, Luís Carvalho, Anthero Monteiro e Maria Beatriz, entre outros.

domingo, 31 de agosto de 2008

Ao meu amigo Joaquim Castro Caldas

A vida ficou mais pobre sem ti!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Últimas Representações

Entramos na última semana de representações de História do Sábio Fechado na Sua Biblioteca de Manuel António Pina. Como anunciado no post anterior as sessões para público em geral, realizam-se aos sábados às 16h e às 21h45 e aos domingos às 16h.
Para quem já não tiver oportunidade de ir nestes dias, há ainda espectáculos para público organizado já confirmados para terça e quarta-feira às 15h e sexta-feira à mesma hora.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

História do Sábio Fechado na sua Biblioteca


Estreia amanhã, às 21h45, no Teatro da Vilarinha este inédito do Manuel António Pina. O espectáculo estará em cena até 20 de Julho e as sessões para público em geral realizar-se-ão aos sábados e domingos às 16h e sábados também às 21h45. De terça a sexta às 11h e 15h as sessões serão para público organizado, escolas e ATL.

Neste espectáculo tenho o prazer de contracenar com a minha amiga Sara Paz.

Naturalmente este post é também um convite a aparecerem!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Sessão de Poesia da Poetria

Vou participar em mais uma sessão de poesia organizada pela Livraria Poetria no Café Progresso na próxima sexta-feira dia 13 de Junho, às 22h.
Sob o título de "Fernando e as Pessoas" e no dia em que se comemoram 120 do nascimento de Fernando Pessoa as leituras estarão também a cargo de Nuno Meireles, António Durães, Cláudia Novais, Susana Guimarães, Celeste Pereira e Olga Oliveira.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

FITEI e Serralves em Festa

O último fim de semana foi culturalmente o mais intenso de 2008 e estou em crêr que assim se manterá até ao final deste ano. Com o FITEI (Festival Internacional de Teatro de Expressão Ibérica) e o Serralves em Festa houve cultura e arte para todos os gostos. Eu não consegui aproveitar muito. Espectáculo de rua na sexta-feira à noite, futebol em Serralves com o Gabriel Alves a comentar ao vivo e 11 grandes músicos a improvisarem durante o desafio com o Gabriel a parecer nalguns momentos um chefe de orquestra pedindo calma ("piano") ou entusiasmo ("forte") aos intérpretes. A seguir foi correr para vêr o "Clube dos Nadadores de Inverno" projecto constituído por Ana Deus, Dead Combo, Alexandre Soares e J.P. Coimbra e foi absolutamente fantástico. Por fim a noite terminou para mim com o concerto dos velhinhos Wire que me puseram a saltar e a dançar com o seu "punk/rock". Seguiram-se uns Djs que me fizeram fugir de Serralves.
No domingo limitei-me a ir à noite vêr a "Oresteia" do Folias Teatro, companhia do Brasil, integrada no FITEI deste ano. Quase 4 horas de espectáculo que eu não consigo descrever. Apetecia-me ter continuado a vêr mais. Creio que ficará para mim como um dos espectáculos da minha vida. Na segunda-feira enviei mensagens a toda a gente que eu conheço que está em Lisboa (o espectáculo segue para lá) para não perderem a oportunidade de o ver. No caso de alguém mais estar por lá ou de têr possibilidades de lá ir, vale mais do que a pena a deslocação!

terça-feira, 3 de junho de 2008

Novidade na Escrita Surrelista

Apartir de amanhã, quarta-feira, haverá novidade nas habituais noites de Escrita Surrealista. Além dos tradicionais "Cadáveres Esquisitos" vamos ter também "Colagens".
Apareçam!

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Fim de Semana Extraordinário

O fim-de-semana foi extremamente intenso.
Na sexta-feira o recital dedicado às crianças correu surpreendentemente bem e no sábado rumei com a Lisa a Lisboa para assistir à primeira encenação da minha amiga Sílvia Mateus no Teatro de Almada com os alunos finalistas da Escola Superior de Música. “Dido e Eneias” de Purcell foi a ópera escolhida e fugindo a todos os convencionalismos, assistimos a uma encenação absolutamente teatral sem cenários nem figurinos, em que a expressão corporal e a interpretação dos “actores-cantores lirícos” nos remetia ora para o palácio de Dido ora para o inferno. Valeu a pena a deslocação para ver esta “ópera pobre”.
No domingo aproveitámos o facto de estarmos em Lisboa e fomos ver “A Gorda” de Neil Labute, com uma excelente encenação de Amândio Pinheiro e não menos excelente interpretação de Carla Vasconcelos, Ricardo Pereira, Maria João Falcão e o soberbo Carlos António no papel de Castro.
Agora, mais de 24h depois, doi-me o diafragma e os abdominais de tanto me ter rido nesta “comédia cruel”. Há muito tempo que não me ria tanto num espectáculo que no fim nos deixa também uma sensação de desconforto pois, apesar de toda a comédia, a seriedade e crueldade do texto e a forma como está encenada não nos permite o simples entretenimento. Muito bem!
“A Gorda” está em cena até ao dia 28 de Junho no Teatro Villaret.
A não perder!

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Novo Blog Aqui no Blog

Chama-se Sons 08 e é um blog de divulgação do primeiro festival (gratuito) organizado numa das mais belas aldeias do xisto - Janeiro de Cima. São 3 dias em Junho, cheios de actividades no património natural e cultural da região, além de concertos, bailes e workshops.
Estas são razões mais do que válidas para divulgar aqui no blog, mas além disso, o meu primo e amigo Nuno está na organização, portanto, agradeço que os meus amigos ajudem também na promoção deste evento.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Avisos à Tripulação

1- Na próxima quarta-feira haverá mais uma noite de Escrita Surrealista no Pinguim
2- Na quinta haverá a última sessão de poesia da temporada no Pinguim
3- Na sexta haverá recital de poesia no Café Progresso, organizada pela Poetria e dedicada às crianças, na qual eu também participarei

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Conselho útil

Está em cena até domingo no Teatro Nacional S. João "O Café" de Fassibinder. Fui ver ontem e vale realmente a pena. O bilhete tem preço único de 5€ e não tem lugares marcados.
Não percam!

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Ante-estreia


Amanhã, dia 20 de Maio, às 21h30 na Cinemateca de Lisboa , será exibida pela primeira vez a curta-metragem "Kunta" de Ângelo Torres, um dos trabalhos que mais prazer me deu fazer. A curiosidade pelo resultado final é enorme e apesar de ter espectáculo na quarta-feira de manhã, não vou resistir e vou a Lisboa para estar lá 20 minutos a assitir à projecção da pelicula.
Para quem não puder estar presente aqui fica o trailer.

Novo espectáculo


Estreei hoje de manhã para público escolar a mais recente produção do Pé de Vento "História do Sábio Fechado na sua Biblioteca" de Manuel António Pina. Em Junho será a vez de as portas do Teatro da Vilarinha se abrirem para o público geral poder também assitir a este espectáculo.


terça-feira, 13 de maio de 2008

Nota:

Apeteceu-me pôr aqui alguns dos comentários à apresentação de "O Senhor Juarroz" no Teatro da Trindade, mas apesar das diferentes palavras utilizadas, estes iam dar todos ao mesmo, ou seja, é um grande espectáculo e funciona lindamente num palco de grandes dimensões. Espero que surjam novas oportunidades para uma desejada digressão e um obrigado especial aos amigos e colegas que não faltaram a esta curta passagem por Lisboa.

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Lembrete 6

Após uns dias de silêncio aqui estou de volta. Tenho estado absorvido com os ensaios de "História do Sábio Fechado na Biblioteca" do Manuel António Pina e que tem estreia prevista já para o próximo dia 19 de Maio para público escolar.
Entretanto este fim-de-semana (sexta e sábado à noite) vou estar no Teatro da Trindade com "O Senhor Juarroz" de Gonçalo M. Tavares. Espero que os meus amigos de Lisboa e arredores apareçam.
Por este motivo, a sessão de poesia de quinta-feira será assegurada mais uma vez pela Virgínia mas na quarta estarei, como habitualmente, no Pinguim para mais uma noite de "Escrita Surrealista".
Vivendo a cidade do Porto a grande agitação da Queima, é importante não esquecer o Mercado do Bolhão. No sábado vai haver uma grande acção que começará de manhã e acabará ao final da tarde. Eu não vou poder estar, mas espero que participem em massa.
Por último quero dizer que ando a pensar mudar o nome deste blog para "Lembretes".

quarta-feira, 30 de abril de 2008

Lembrete 5 / 25 de Abril Sempre 2

1 – Hoje há noite há escrita surrealista e uma novidade qualquer no Pinguim que eu também não faço ideia qual seja. A descobrir...

2 – Amanhã regresso às noites de poesia.

3 – Como amanhã regressa a poesia e ainda sobre o post anterior, aqui fica o poema que o Joaquim Castro Caldas escreveu sobre o 25 de Abril.

“eu tinha 18 anos, de vermelho cravadas as mãos, trepava paredes com ouvidos,
de avesso os bolsos e os olhos de alegria molhados, as botas a roçar no cascalho das guitarras e patas de cavalos, mas inimigos ou irmãos, temos todos 18 anos quando fazemos revoluções

os canhões passeavam-se pelas cidades e pelos campos, disparavam crianças e canções,
bandeiras as mais bordadas colchas de linho à janela das fomes, das febres e dos medos,
velhos de medalhas das guerras por onde passaram sem saber as razões e a contar em copos os tostões

fomos todos soldadinhos de chumbo e marechais de mármore, de liberdade em punho,
estrada abaixo rua acima, de mártires a heróis, da sé catedral ao rio transbordado,
cordão humano de pranto feito cantado, ainda sem partido aos bocados o coração,
o grande coração colectivo de mãos desatado como um rosário de sonhos, a ser corda para o barco às águas puxado pela força de um coro todo ao mesmo tempo marinheiro

mas com os anos e já lá vão 34 fomos vendo, tresmalhadas as gaivotas perderam as mensagens e o voo, os democratas, coitados, falam para o tecto e o boneco, ninguém os ouve no deserto, a cabeça ainda gira em volta do mesmo, o senhor doutor, antiga criança que já nem monta a cavalo, nada trouxe novo ao mundo, foi só o mundo que o deixou velho em testamento ao povo”

terça-feira, 29 de abril de 2008

25 de Abril Sempre!

Dois princípios regeram aquela que foi para mim a melhor comemoração do 25 de Abril da minha vida. Não ter fins políticos nem económicos.
Fartos de festas em bares, discotecas ou concertos camarários, um grupo de pessoas organizou informalmente uma verdadeira festa convívio. Apenas com o boca a boca a funcionar, participaram activamente na festa algumas dezenas de pessoas.
O local não poderia ter sido mais simbólico. A Associação de Moradores de Massarelos, instalada num antigo armazém de bacalhau ocupado pelos populares após o 25 de Abril e que hoje acolhe um infantário e um lar de idosos gerido pela associação.
Os Comvinha Tradicional também ensaiam lá e em tempos foi palco de muitos espectáculos de teatro do Art’imagem que também teve a sua sede naquele espaço durante vários anos. Mas também houve vários concertos entre os quais destaco dois do Zeca Afonso.
Portanto o local foi para mim o ideal. Depois, há que falar na participação activa dos moradores que colaboraram na preparação do extraordinário jantar para os intervenientes coordenado pelo chefe Miguel, na preparação de bifanas, moelas e afins, para que os espectadores não morressem à fome ao longo da noite e na distribuição de cravos por entre a assistência. Até parecia que havia uma grande estrutura organizativa por trás do evento e, na verdade até houve, a estrutura da boa vontade.
A introdução já vai sendo longa e há que passar à festa que começou no exterior com o “Circulo do Fogo” um projecto desenvolvido pelo Julio com alunos da Escola Soares dos Reis. Foram 20 minutos com muita percursão e muito malabarismo com fogo que deixaram crianças e adultos pasmados. Depois, conduzidos pelas percursões do “Circulo do Fogo” os espectadores foram encaminhados para a sala de espectáculos e quando estavam já instalados entrou em off o “Comunicado radiofónico do MFA” a que se seguiu os passos dos militares na areia do “Grândola” e a Cláudia Novais fez a sua primeira aparição, lendo por cima dos passos o “Qual a Côr da Liberdade” do Jorge de Sena. Sempre com os passos de fundo veio o instrumental em gaitas de foles do «Grândola Vila Morena » e o público não resistiu a cantá-la como pôde. Toda a gente estava com os braços no ar segurando os cravos e cantava a plenos pulmões e a letra saía anarquicamente vinda do fundo de cada um. Foi lindo!
Depois subiu ao palco a Virgínia Silva que nos contou a história da criação da Aministia Internacional que teve origem num acontecimento português durante a ditadura e leu dois poemas, um da Natália Correia e outro do Mia Couto. O recente projecto da Sara e do Blandino estreou-se ao vivo. F.I.M (Filhos de um Instrumento Menor) junta música portuguesa tradicional e composições originais tendo como base a voz e a guitarra que funcionam na perfeição. Um projecto a acompanhar activamente no futuro.
Joaquim Castro Caldas esteve ao seu melhor nível e a plateia esteve ao rubro.
Os “Miscaros” mantiveram o entusiasmo criado pelos F.I.M. e pelo Joaquim, com as suas gaitas e percursões.
Como se festejava a Liberdade a Cláudia Novais leu um texto da sua autoria no qual falava do resultado que o 25 de Abril teve para ela. Um resultado tão comum a muitos portugueses, nos quais me incluo eu, que foi o ter de abandonar a terra onde tinha nascido e com a família ter que começar de um momento para o outro uma vida nova num país que era e não era o deles. Uma realidade traumática que deixou os espectadores em silêncio absoluto e no fim as palmas demonstraram a solidariedade de todos os que ali estavam.
Li com a Cláudia o “Para Além da Trafaria” do António Gedeão e depois continuei com “Abril de Sim e Abril de Não” do Manuel Alegre e fora do programa, um poema que o Joaquim Castro Caldas tinha escrito naquele dia sobre o 25 de Abril.
A Associação tinha feito no dia 20 de Abril 32 anos de existência e aproveitou-se a ocasião para se cantar o aniversário, soprar as velas e comer o bolo. O bar era pequeno para tanta gente, mas apertadinhos lá se foi dançando ao som das gaitas e dos bombos.
Depois do baile, os Comvinha Tradicional e todos os músicos que actuaram na noite subiram ao palco para a “Comvinha Jam” que viria a terminar a noite por volta das 2h30 da manhã. Creio que até teria terminado mais tarde se a cerveja não tivesse acabado.
Enfim, foi uma noite em pleno, com animação de grande qualidade e por onde terão passado entre 300 a 400 pessoas dos 5 aos 95 anos de idade.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Lembrete 4

1 -Hoje há Escrita Surrealista no Pinguim Café.

2 -Amanhã há jantar e festa portuguesa no Pinguim Café.

3 -Na Sexta-feira comemora-se o 25 de Abril na Associação de Moradores de Massarelos com Joaquim Castro Caldas, Comvinha Tradicional, Cláudia Novais, F.I.M., Virgínia Silva, Tiago Meireles, Pé na Terra, entre outros (eu incluo-me aqui). A entrada é gratuita e começa às 21h30.

4 -Sábado vou a Barcelona levar a minha filha à mãe.

5 -Segunda-feira estou de regresso.

Os dias de ausência

Após uma semana de intensa ocupação, lá consegui arranjar um tempinho para vir aqui dar notícias aos meus amigos.
Na sequência do lembrete anterior fui vêr ao Pinguim os L'Herbe Folle e não resisti a ir no dia seguinte vê-los outra vez ao Contagiarte levando a minha filha que se tornou também fã deste grupo francês. O CD toca lá em casa diáriamente a seu pedido e já sabe muitas letras de cor.
Na sexta-feira foi a vez dos Porto Tango e foi mais um concerto genial.
Sábado fui visitar os meus amigos da Famous Produções e vêr com a minha filha, a Lisa, a Francisca e a Nocas o High School Musical, o grande sucesso da Disney para os adolescentes. O musical está bem montado, com muito ritmo e boas vozes. Claro que não é o meu universo nem sou um fã, mas foi giro e as miudas estavam contentes no fim.
Domingo aproveitei o facto de ter estado a filmar perto de Viana do Castelo e fui vêr o espectáculo do Centro Dramático de Viana - Teatro do Noroeste. "Mas Afinal Quem és tu, ó Dona Maria da Fonte" opereta trágico-cómica escrita e encenada por Fernando Gomes é absolutamente hilariante. Já há muito tempo que não me ria tanto. O espectáculo está muito bem construido com excelentes interpretações e com um domínio da comédia espantoso. Criado e construido em Viana do Castelo a cultura minhota está tão presente que é com toda a naturalidade que as gargalhadas sejam quase constantes e que a sala se encontrasse tão cheia. Para quem quiser uma noite bem divertida, uma ida ao Teatro Sá de Miranda é um excelente programa mas... atenção, está só até ao proximo sábado.
Na segunda-feira acabaram as filmagens de "O Assalto ao Santa Maria" em Viana do Castelo sempre no mesmo bom ambiente que caracterizou todo o trabalho.
Ontem comecei os ensaios de palco de "História do Sábio Fechado na Sua Biblioteca" de Manuel António Pina a estrear em Junho no Teatro da Vilarinha.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Lembrete 2

Depois de uma viagem rápida a Barcelona para ir buscar a minha filha, o meu tempo tem sido ocupado com ela e no Pé de Vento onde decorrem os "Encontros de Bastidores". De resto, há que fazer aqui a antevisão da semana.
Amanhã, no Pinguim haverá concerto dos fantásticos L'Herbe Folle e por este motivo ainda não sei se terá lugar a "Escrita Surrealista" dado estes franceses terem já uma grande legião de fãs em Portugal e creio que o Pinguim será pequeno para tanta gente.
Na quinta-feira vou continuar a assaltar o Santa Maria e a Virgínia fará a sessão de poesia dedicada a um dos meus poetas preferidos.
Sexta-feira as propostas são musicais: "Porto Tango" (a não perder!!!) no Teatro da Vilarinha com um concerto que se repete no domingo à tarde e, no Passos Manuel, estarão os Mu e os Pé na Terra em concerto de lançamento dos respectivos cds.
Não me ocorre nada para sábado, a não ser aproveitar o tempo para estar com a minha filha e no domingo tenho as últimas filmagens do "Assalto ao Santa Maria".

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Blogs adicionados

Adicionei mais dois blogs na minha lista de links, o coffeepaste que dá um conjunto de informações úteis sobre castings, ofertas de emprego na área do espectáculo, workshops, seminários e estágios. O guia dos teatros que dá uma série de informações sobre espectáculos realizados em Portugal e promove ainda os prémios do teatro.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Poesia para quem quer

Desde Janeiro, com a nova lei do tabaco, as sessões de poesia decorriam de uma forma estranha dado a sala de baixo do Pinguim ser a área de fumadores. Felizmente, o Paulo teve a brilhante ideia de a fechar ao público abrindo excepcionalmente para as sessões de quinta-feira.
Assim, o acesso à sala acontece para os amantes de poesia e não aos paraquedistas que acabavam lá para fumar o seu cigarrinho e conversar perturbando quem ali vai todas as quintas para a partilha poética.
Voltam os bons tempos!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Uma vergonha

Um marmanjo de 36 anos dava ontem pulos de contente porque, depois de tomada a decisão, passou aos actos e foi finalmente inscrever-se numa escola de condução... pela segunda vez.
É possível que em breve sinta que atingiu a maioridade.

Ainda Diana e Pedro - Eixo Norte/Sul

Descobrir o trabalho de Diana e Pedro não é tarefa fácil. Em cada concerto usam um nome diferente e uma pesquisa google dá milhares de resultados ou nenhum. Mas, para quem tiver curiosidade, aqui fica o myspace deles.

terça-feira, 8 de abril de 2008

O Instituto Francês do Porto - Praça da Républica

Na Praça da Républica há um edifício, ou melhor, uma mansão, que sempre me trouxe boas memórias e saudades.
A primeira vez que nele entrei, teria suponho, uns 13 ou 14 anos e foi para frequentar aulas de francês. Mais tarde voltei lá para vêr algumas sessões especiais de cinema e recordo-me particularmente de uma que mudou a minha vida. A exibição de uma curta-metragem e de uma longa "Sempre Xonxa" seguida de conversa com o realizador Xano Piñero, entretanto já falecido. Havia já algum tempo que andava a pensar trocar o meu projecto de seguir Direito, pelo projecto de seguir Cinema e essa sessão serviu para em definitivo optar pela segunda, se bem que tenha acabado a fazer Interpretação e Teatro, profissão que ainda hoje exerço com enorme prazer.
Mais tarde regressei para frequentar a biblioteca do Instituto Francês (instituição que sempre me lembro de ter ocupado aquele casarão), onde requisitava cds, videos (lembro-me de ter visto a filmografia completa do Jacques Tati) e livros, sobretudo de teatro. Mas às vezes também ficava por lá, colocava o video no aparelho e passava a tarde a visionar filmes ou coreografias do Philippe Decouflé.
Em 2000, o Instituto Francês do Porto apoiou-me na minha produção e encenação de "Três Peças de Jean Tardieu" que estreou no dia 8 de Outubro no Pequeno Auditório do Rivoli - Teatro (ainda) Municipal.
A seguir fui trabalhar para Viana do Castelo e quando regressei o Instituto Francês do Porto tinha fechado as portas. Quando fui viver para a Praça da Républica as portas fechadas tornaram-se uma tristeza ainda mais presente e uma angustia submergiu quando colocaram uma placa a dizer "vende-se". Mais tarde retiraram-na e vi gente a entrar e a sair, pensei que tinha sido vendido, mas deduzi que não, pois aquela gente que entrava e saía tratava apenas de esvaziar o seu interior. Mas este pormenores servem apenas para dizer que estive sempre atento às movimentações porque a memória daquele casa nunca morreu em mim e, talvez tenha sempre existido aquela que é "sempre a última a morrer"...
Hoje de manhã a tristeza invadiu-me.
Um incêndio deflagrou esta madrugada e matou a esperança.

Ainda sobre o 4º Circunvalação à Noite

O António Rodrigues tirou fotos dos concertos do último dia e colocou algumas no seu blog.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

História do segundo piquenique poético

Pela primeira vez escrever este post com a chuva a bater nas janelas dá-me um certo prazer. Sim, porque ao contrário do previsto, a chuva não veio ontem e pudemos fazer o piquenique poético debaixo de um sol luminoso.
A convocatória foi cedo demais e às 15h30 estavamos só eu, a Lisa e a Virgínia. A partir das 16h o grupo começou a aumentar com a chegada do Pedro e da Deidri, do Élio e da Sílvia, do Eduardo. Já estávamos um grupo razoável e depois de alguns comes e bebes inteligentemente deixados na sombra de uma árvore, estendemos as mantas ao sol e demos início à partilha de textos e poemas. Daniel Pennac, Boris Vian, Jacques Brell, Ruy Belo, Mia Couto, Joaquim Castro Caldas, Rainer Maria Rilke, Shakespeare, poesia de expressão oral da tribo mais antiga da África do Sul (não me lembro do nome da tribo), Jacques Prévert , Luis Machado, entre outros. Apanhava-se sol, conversava-se entre poemas, davam-se algumas explicações sobre autores, liam-se em versão original e respectiva tradução. Foi neste ambiente e já muito para o final da tarde que chegaram o meu irmão, a minha mãe e algum do pessoal dos Pé na Terra - o Ricardo, a Patrícia, a Silvana e o Antony. Mal chegaram, os seis foram sentar-se à volta dos comes e bebes, agarrados aos instrumentos que acabaram por não sair dos sacos (excepção para um instrumento de percussão do Antony e o Ricardo que no fim ainda montou a flauta) a conversarem e a comerem aquilo que suponho ter sido o pequeno-almoço. A festa da véspera no Teatro da Vilarinha tinha sido dura e os que lá estivemos acabámos por fazer do piquenique o “mata-bicho”.
Terminámos a tarde à volta dos comes em amena cavaqueira já a pensar no próximo domingo de sol.
Cheguei a casa às 20h30 e vim a correr ouvir o que restava do programa de rádio do Vieira.

domingo, 6 de abril de 2008

Eixo Norte/Sul+Comvinha Tradicional - Ciclo Nova Música Tradicional

O Ciclo Nova Música Tradicional acabou ontem em grande. Com uma casa práticamente cheia, Diana e Pedro – “Eixo Norte/Sul” – surpreenderam com um espectáculo cheio de critíca social e humor.
Fugindo bastante à temática deste Circunvalação à Noite, brindaram-nos com música de intervenção extremamente acutilante, acompanhadas por momentos de leitura de textos. Creio que no início tenha havido alguma preplexidade, eu também tive a minha dose, mas rápidamente deixámo-nos levar pelos textos, pelo encanto, pelo o humor e pela simplicidade dos temas.
No fim, o público entusiasta batia aquelas palmas especiais que pedem um “encore” que naturalmente aconteceu.

Depois do intervalo os Comvinha Tradicional com toda a sua boa disposição e com uma plateia composta de muitos fãs deram início ao concerto, perdão, à festa. Sim, à festa! É verdade que esta começou de uma forma relativamente calma, com algumas gargalhadas pelo meio, com temas instrumentais a embalar e aos poucos a exaltar. A festa foi crescendo, crescendo até se transformar numa verdadeira ramboia com gente a dançar e a saltar nos corredores da plateia ao mesmo tempo que também os Comvinha iam ficando cada vez mais eufóricos e passando já da 01h e connosco (Pé de Vento) a fazer todos os esforços para que acabassem o concerto, pois conhecendo-os já como conhecemos, ficariam ali a tocar até às 03h no minímo. J
Depois de muita insistência e graças ao facto de lhes estar a faltar umas cervejas, lá pararam o concerto por volta da 01h30 e, claro, depois a festa continuou em ambiente de grande convívio no bar montado pelo Pinguim Café no hall do teatro.
Ás 05h da manhã tivemos que nos esforçar outra vez para conseguir fechar o teatro para dar finalmente fim à tainada.
Foram dois grandes concertos, foi o último dia do Ciclo Nova Música Tradicional onde se juntaram também os músicos dos Pé na Terra e dos Mu, foi a festa do primeiro aniversário do Circunvalação à Noite!

sábado, 5 de abril de 2008

Mu - Ciclo Nova Música Tradicional

É difícil escrever sobre um concerto dos Mu, porque Mu é Mu!
Apesar da ausência de um dos músicos, MU foram iguais a si próprios. Um concerto cheio de ritmo viajando por música étnica de vários pontos do globo com uma conjugação de instrumentos no minímo "sui generis". Ouvir um tema tradicional russo com digiridoo ou então com aquele instrumento bizarro já apelidado de "Osgofone". Isto apenas para dar um pequeno exemplo a quem ainda não conhece este grupo obrigatório.
Mas nem só de música são compostos os seus concertos, a dança e o humor são uma presença constante e no final o público estava mais que satisfeito, apesar de como confessava uma fã dos Mu "É muito estranho vê-los sentada, mas foi uma esperiência muito gira e o concerto foi muito bonito" ao mesmo tempo que a Diana - bailarina, violinista, vocalista dos Mu - dizia "Estava muito nervosa porque não estou habituada a têr o público sentado, mas gostei muito. Adorei as luzes, eram muito teatrais e tem tudo a haver com Mu".
Confesso que este é um dos lados que me agrada nos Circunvalação à Noite, provocar experiências inéditas aos espectadores e aos músicos e creio que o caso mais marcante aconteceu no Ciclo de Electrónica/Alternativa /Ambiental com os Umpletrue, apenas habituados a tocar em raves, discotecas e bares.
Ainda em relação à noite de ontem e, sem querer estar a cair em erro, tivemos direito a um tema inédito intitulado "A Velha" (pelos menos assim foi apresentado, mas tenho medo que tenha sido mais um momento de humor) dedicado à vizinha chata que ameaça chamar a polícia sempre que ensaiam.
Se o soubesse antes, tê-la-ia convidado para vir assistir ao concerto, mesmo se depois o Osga tivesse que apresentar o tema como "A Simpática" dedicada à tão querida vizinha.
Dia 18 de Abril, os Mu vão estar com os Pé na Terra no Passos Manuel para apresentarem o novo CD.
Quem não pôde vir ontem, tem em breve uma nova oportunidade!

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Pé na Terra - Ciclo Nova Música Tradicional

O Circunvalação à Noite arrancou ontem com os Pé na Terra e não poderia têr começado de melhor maneira.
Este grupo jovem que está prestes a editar o primeiro CD transmitiu uma energia e um ritmo absolutamente contagiantes tendo conseguido o feito de pôr os espectadores todos de pé a dançar e a bater palmas. Apesar do calor que se fazia sentir na sala com tanta agitação houve ainda coragem para o “só mais uma” e o “só mais duas”. Enfim, os Pé na Terra puseram o público todo num “Pé de Vento”.
Além dos temas originais, os Pé na Terra fizeram ainda uma viagem por alguns temas tradicionais portugueses e pelo incontornável «Zeca », mas sempre com arranjos próprios e totalmente integrados na sonoridade e ritmo que os caracteriza.
Depois do concerto o público deixou-se ficar pelo hall de entrada, onde o Pinguim Café tem o bar montado, num agradável convívio que se prolongou até às 02h30.
Poderia aqui queixar-me mais uma vez da fraca adesão de público, mas foi bom vêr muitas das caras que estiveram há um ano no primeiro Circunvalação de Folk e que voltei a vêr no segundo de Electrónica e no terceiro de Spoken Words. A constatação clara de que começa a criar-se aos poucos uma corrente de público que, independentemente do género, acredita na qualidade da programação. A eles o meu agradecimento e os meus parabéns pela inteligência de arriscarem a vêr o que previamente não conhecem.
O Circunvalação à Noite nasceu para mostrar e divulgar projectos musicais emergentes e estes espectadores dão-nos a coragem de continuar a acreditar.
Quanto aos Pé na Terra conseguiram 15 dias antes de lançarem o primeiro cd, vender já alguns.
Eu vou comprar um!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Piquenique Poético - 06/04/2008

Hoje arranca o Circunvalação à Noite com os Pé na Terra e lancei-lhes o desafio para aparecerem no próximo Piquenique Poético com alguns instrumentos de modo a juntar comida, poesia e música e a ideia mereceu um forte entusiasmo. A mesma proposta será feita aos músicos das outras bandas que por aqui vão passar durante o fim-de-semana.
Como o Circunvalação à Noite acontece no Teatro da Vilarinha e como o jardim mais próximo é o Parque da Cidade, vamos encontrar-nos lá às 15h30 para aproveitarmos estes dias primaveris com que temos sido brindados. Se chover, haverá por lá algum alpendre para nos abrigar.
O ponto de encontro é às 15h30 na esplanada do Núcleo Rural. Quem chegar mais tarde, deverá apanhar o caminho junto à mesma esplanada em direcção ao mar. Estaremos uns 50 metros mais à frente num amplo relvado que se estende do lado esquerdo. Se chover, estaremos num dos espaços abrigados do Núcleo Rural.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Novo Blog

A Virgínia criou o seu blog pessoal e parece-me uma iniciativa excelente pois deduzo que vamos ter acesso de uma forma mais regular à sua poesia e a todas as actividades que ela promove e envolve.
Um blog a visitar e a respirar.

Turismo Infinito

Vale a pena ir ver!

Acrescentando uma nota ao lembrete anterior, hoje vou ver o "Nenhures" pelo Teatro Bruto/TNSJ-TECA

terça-feira, 1 de abril de 2008

Lembrete I

Após 3 dias passados em Viana do Castelo com intensas filmagens para o "Assalto ao Santa Maria", há que relembrar os meus amigos para o que se nos apresenta esta semana.
Hoje vou destinar a noite para vêr "Turismo Infinito" no S. João.
Amanhã há "Escrita Surrealista" no Pinguim.
Na Quinta-feira começa o Circunvalação à Noite com os "Pé na Terra" e por tal motivo não haverá sessão de poesia no Pinguim, mas sugiro, para continuar o ambiente folk do concerto, uma ida ao Contagiarte para se dançar música tradicional.
Na sexta e no sábado prossegue o Circunvalação com os Mu, Eixo Norte/Sul e Comvinha Tradicional.
Como a primavera parece têr finalmente chegado, no Domingo pode ser que haja piquenique poético e à noite irei vêr o "Capuchinho Vermelho" do Teatro Marionetas do Porto.
Estão todos convidados a juntarem-se a esta programação de festas.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Circunvalação à Noite - Ciclo Nova Música Tradicional


É já na próxima quinta-feira, dia 3 de Abril que arranca a 4ªedição do Circunvalação à Noite. Espero poder contar convosco!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Dia Mundial do Teatro , 27 de Março de 2008 - Mensagem Internacional

Existem várias hipóteses sobre as origens do teatro, mas aquela que mais questiona o meu espírito tem a forma de uma fábula:

Uma noite, em tempos imemoriais, um grupo de homens tinha-se reunido numa pedreira para se aquecer à volta de uma fogueira a contar histórias. Quando de repente, um deles teve a ideia de se levantar e usar a sua própria sombra para ilustrar a sua história . Socorrendo-se da luz das chamas, fez aparecer nas paredes da pedreira figuras maiores do que o natural. Os outros, deslumbrados, foram reconhecendo o forte e o fraco, o opressor e o oprimido, o deus e o mortal.

No nosso tempo, a luz dos projectores substitui a luz da fogueira original e a maquinaria de cena as paredes da pedreira. E com todo o respeito por certos puristas, esta fábula recorda-nos que a tecnologia está na verdadeira origem do teatro, que não deve ser considerada como uma ameaça, mas como um elemento congregador.

A sobrevivência da arte teatral depende da sua capacidade de reinventar-se, utilizando novas ferramentas e novas linguagens. Caso contrario, como poderia o teatro continuar a ser o testemunho dos grandes embates da sua época e promover a compreensão entre os povos, se ele mesmo não desse prova de abertura? Como poderia orgulhar-se de oferecer soluções para os problemas de intolerância, de exclusão e de racismo, se, na sua própria prática, se recusasse à mestiçagem e à integração?

Para representar o mundo com toda a sua complexidade, o artista deve propôr formas e ideias novas e mostrar confiança na inteligência do espectador capaz de reconhecer , ele próprio, a silhueta da humanidade nesse jogo perpétuo de luz e sombra.

É verdade que, por brincar demais com o fogo, o homem corre o risco de se queimar, mas pode também ter a possibilidade de deslumbrar e de iluminar.



ROBERT LEPAGE
QUEBEC , 17 de Fevereiro de 2008

quarta-feira, 26 de março de 2008

Escola do Espectador

O Centro Dramático de Viana/Teatro do Noroeste desenvolve um projecto que eu considero extremamente interessante, trata-se da Escola do Espectador e, vai realizar no âmbito desta iniciativa, um seminário sobre os teatros à italiana nos dias 25, 26 e 27 de Maio.
Haverá também uma sessão pública no dia 29 de Maio. Este seminário é orientado por um dos melhores (se não o melhor) especialista da área em Portugal.
Eu infelizmente vou estar em cena nessa altura, mas quem puder, que aproveite.
Eu não desperdiçaria!

Nota: Na página do CDV procurar: programação/outros programas/escola do espectador

terça-feira, 25 de março de 2008

Lembrete

Amanhã, quarta-feira, há noite de Escrita Surrealista no Pinguim Café.
Na quinta-feira há Poesia no mesmo sítio, mas também vou estar com o Pé de Vento na Fnac de Gaia para assinalar o Dia Mundial do Teatro. Os espectáculos do Teatro Nacional S. João terão entrada gratuita nesse dia, portanto quem quiser aproveitar...
No sábado há concerto de lançamento do cd "Cinco" dos Ugo no Teatro da Vilarinha.
No domingo talvez haja o que não tem podido haver por causa da chuva.

Da Galiza a Portugal com amor

Depois de 5 dias fantásticos nas terras celtas vizinhas, estou de volta.
Estava um pouco preocupado porque estive 5 dias sem contacto com o mundo, sendo o estado do tempo a única coisa que me ia chegando aos ouvidos. A moda dos alertas laranjas também chegou a Espanha (viva a globalização) e não falavam noutra coisa a não ser dos fortes ventos, da chuva e do frio. É certo que apanhámos vento, frio, chuva e neve. Mas também tivemos direito a muito sol, apesar do vento.
Chegados a Portugal olhei para a primeira página de um jornal e fiquei logo a saber a notícia mais importante das terras lusas. O Sporting perdeu com o Setubal. Interessante!
Hoje abri os emails e fiquei finalmente a saber que houve uns tumultos no Tibete, que a China já expulsou os jornalistas e tem a situação democráticamente controlada, dando aos turistas a tarefa de informarem o mundo do que se lá vai passando. A China é realmente um país de trabalho. Andam lá uns mandriões a não fazer nada e arranjam-lhes logo algo que fazer. Mas tirando a ironia, lá assinei mais uma petição pelo Tibete (mesmo sem ter ainda percebido bem o que aconteceu).
Voltando à Galiza, além das praias, das cidades, das montanhas e dos campos, que provávelmente ainda lá estarão quando decidirem fazer uma viagem idêntica, fomos ao teatro. A um dos mais bonitos de toda a região, o Rosalia de Castro, na Corunha. Fomos vêr um espectáculo infantil chamado Golulá. Ganhou o prémio de melhor espectáculo infantil no festival de teatro de Ciudad Rodrigo. Se bem que ponha algumas reservas em relação ao texto e à encenação, foi uma delícia ver as crianças vibrarem como vibraram com o espectáculo. As figuras (o espectáculo é basicamente de marionetas) são absolutamente fantásticas e a direcção artística de Santiago Alonso é extraordinária, além do seu excelente trabalho de manipulação/interpretação. Aliás o mesmo se pode dizer dos outros intérpretes, embora a interpretação da personagem Lara, feita por Andrea Bayer, siga um caminho que não me agrada muito. Nada tem de errado técnicamente, mas tenho uma certa aversão às personagens infantiloides. O espectáculo é para crianças e temos uma personagem que também o é, e pronto lá temos um criança meio débil mental e de tótós em palco. Mas enfim, é uma aversão pessoal, embora possa ser um caminho para muitos válido. Em todo o caso é um espectáculo que aconselho vivamente. Tem magia, surpresa, humor, côr, boas interpretações e uma grande interacção com o público. Se tiverem oportunidade, não percam e levem os vossos filhos. Além do mais é em galego, o que o torna de muito fácil compreensão.
Por fim, resta-me dizer que é bom estar de volta até à próxima viagem.

Nota : Este texto ainda não respeita o novo acordo ortográfico. Qualquer erro é por incompetência do postador.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Avisos à Tripulação II

1- Vou aproveitar estes dias da semana santa, agora que terminou a carreira de "O Senhor Juarroz", para tirar uns dias de férias. Portanto, não andarei por estas bandas e o silêncio far-se-á sentir.

2- Dada a matéria explicada no ponto anterior, não estarei no Pinguim para lêr as barbaridades que os excelsos clientes daquele antro ali escrevem às quartas.

3- Na quinta-feira não vai haver poesia...

4- porque na sexta-feira é o dia Mundial da Poesia e haverá uma sessão especial para assinalar tão nobre data. A Virgínia fará as honras da casa.

5- Vou faltar ao Piquenique Poético a haver se estiver bom tempo e se alguém assim o desejar.

6- Boas férias para os que têm a mesma sorte que eu e bom trabalho para os desgraçados dos azarados.

sábado, 15 de março de 2008

Joaquim Castro Caldas esteve no Pingum Café

Antes da mais quero dizer que estou vivo! Como devem compreender pelo meu post "Avisos à Tripulação", demorei algum tempo a vir aqui fazer esta afirmação.
Estive a descansar!
Agora há que fazer o balanço da noite de poesia de quinta-feira e reforçar a ideia de que amanhã se espera que o piquenique poético realmente aconteça no Parque de S. Roque junto ao "labirinto" às 15h.
Na quinta-feira, as segundas-feiras desceram realmente à Cave do Pinguim.
Quando cheguei, após mais uma representação de "O Senhor Juarroz", deparei-me com algumas caras conhecidas e com Joaquim Castro Caldas (pelos vistos também acabado de chegar), o homenageado da noite, que me diz "poucos mas bons". Pensei que a informação daquela noite não teria chegado a toda a gente.
Dirigi-me à cave para organizar o espaço e, de repente, percebo que não ia conseguir organizar nada dada a enorme quantidade de pessoas que ali já se encontrava. Não consegui vêr a cara do Joaquim quando desceu, mas deve ter tido uma grande surpresa e sentido uma enorme alegria. Estavam lá realmente muitos daqueles que animaram as noites de há vinte anos.
A partir daí, começou a festa, com a poesia, com música, com muitas histórias e memórias.
Mas não pensem que houve lugar a saudades. Não!
Naquela noite, apesar das rugas e dos cabelos brancos, voltou-se realmente ao passado, vivendo-o de uma forma activa no presente. Os mais novos, alguns deles ainda tiveram coragem (parabéns)de dizer poesia no meio daqueles "cotas", devem ter pensado que gostariam de ser mais velhos e de terem vivido as segundas-feiras de poesia.
Enfim, uma noite memorável!
Não pude ficar até ao fim da noite, que sei ter acabado por volta das 03h30, por ter uma longa viagem pela frente. Mas saí de lá com a alma e o espírito cheios.
Aquela noite foi de uma enorme felicidade!
Obrigado a todos os que compareceram e animaram a noite, que espero um dia poder voltar a repetir-se.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Avisos à Tripulação

1 – Amanhã o espectáculo O Senhor Juarroz entra na recta final. Quem ainda não viu tem agora as últimas oportunidades. Até sábado às 21h45, sábado também às 16h e haverá uma sessão extra na segunda às 15h. Sempre no Teatro da Vilarinha.

2 – Como refiro no post anterior, amanhã homenageia-se, no Pinguim Café, o poeta, dizeur e actor Joaquim Castro Caldas.

3 – Na sexta-feira às 07h começo a preparar-me para o Assalto ao Santa Maria, com o primeiro dia de rodagens em Lisboa deste filme realizado por Francisco Manso. À noite estarei no Teatro da Vilarinha para mais um O Senhor Juarroz e, depois talvez não morra.

terça-feira, 11 de março de 2008

Homenagem a Joaquim Castro Caldas

Quinta-feira, dia 13 de Março, às 23h, as Segundas-feiras de Poesia descem à cave!

Pois é, há vinte anos, Joaquim Castro Caldas iniciou as famosas segundas-feiras de poesia que enchiam a cave do Pinguim Café.
Na quinta-feira, dia das actuais noites de poesia e, assinalando o primeiro evento das comemorações do vigésimo aniversário, o Pinguim Café presta uma homenagem a Joaquim Castro Caldas e convida muitos dos que participavam activamente ou assistiam a essas míticas noites dos finais dos anos 80.

Joaquim Castro Caldas tem estado nos últimos tempos afastado destes eventos poéticos devido ao seu estado de saúde algo debilitado, mas não abandonou de forma alguma a poesia e a criação literária e lançou recentemente o seu último livro « Mágoa das Pedras » que estará também disponível no próximo dia 13 no Pinguim Café.

Se alguém não tiver disponibilidade para comparecer neste dia e quiser fazer-se representar de alguma forma, sugiro que me enviem um texto para o meu email, que será naturalmente lido.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Ciclo Nova Música Tradicional

Está completa a programacao do próximo Circunvalacao à Noite.
Dia 3 de Abril vamos ter os "Pé Na Terra", no dia 4 os "Mu" e para terminar, no dia 5
teremos "Eixo Norte-Sul - Diana e Pedro" e "Comvinha Tradicional".
Em breve haverá mais informacoes disponíveis, mas garanto desde já que estou muito feliz com esta programacao.

domingo, 9 de março de 2008

O S. Pedro é Mouco

O Piquenique está cancelado. Choveu!!!!!!
Para a semana mantem-se no mesmo sítio!

sábado, 8 de março de 2008

Os meus amigos locutores

Os meus amigos Rui Vieira e Cláudia Novais estão de regresso à rádio.

Piquenique?????

O S. Pedro deve ser misógino!
Amanhã, que previamos fazer um piquenique poético dedicado à mulher para comemorar a data de hoje (Dia da Mulher), o S. Pedro brinda-nos com este tempo.
Como ainda não choveu e, como talvez tão nobre Santo escute esta prece, vamos esperar para vêr antes de desmarcar seja o que fôr.
Se chover hoje, o piquenique não se realizará amanhã. Se não chover hoje e amanhã, lá nos encontraremos às 15h no Parque de S. Roque.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Poesia de Carmim - dedicada à mulher

Auroras de carmim

Em outras auroras
eu fazia amor
com as palavras
que deixavas no meu corpo

Todo ele escrito
em lápis de saliva
tua doce caligrafia
de carmim

Eram caracteres
de terras magníficas
em busca do desejo único
sem pontuação

Nessas auroras
a tua poesia
era só de amor

Não tinha política
nem classes esquecidas
nem mágoas
ou sorrisos irónicos

Era de carmim-

Começava pelas cinzas
espalhadas no meu mar
e incendiava
a solidão
dos nossos mundos


Virgínia Silva

Hoje à noite no Pinguim Café

domingo, 2 de março de 2008

História do primeiro piquenique poético - 1

O dia nasceu cinzento e pouco convidativo para um piquenique.
A natureza quis pregar-nos uma partida para o primeiro piquenique poético, talvez para testar a nossa resistência.
Tive que ir a Viana do Castelo no fim da manhã e, só conseguimos chegar ao Porto às 15h, hora prevista para o início do piquenique. A Virgínia já tinha enviado uma mensagem para saber se se faria com o tempo assim. No início disse que sim, mas acabámos por sucumbir ao frio que se sentia e com um novo telefonema desmarca-se o encontro. Por descargo de consciência, eu, a Lisa e a minha mãe fomos ao Parque de S. Roque, não fosse alguém aparecer.
Quando chegámos, sem comida e sem livros, já lá estava a Maria com dois sacos, um com o farnel e outro com livros. Alguém menos cobarde do que nós estava ali para o que desse e viesse.
Decidimos dar uma volta pelo parque e atrás de nós, em passo apressado, chegam o Élio e a Sílvia, sem comida também, mas com livros. Prosseguimos o passeio, o Élio tinha levado a câmara fotográfica para registar imagens do primeiro piquenique poético (que mais tarde colocarei aqui) e lá parámos para tirarmos umas fotos com o rio Douro como pano de fundo.
Depois de dada a volta ao parque, ainda duvidávamos se faríamos o piquenique. Só a Maria levava comida e a humidade era muita e o frio também, mas lá nos sentámos numa mesa de granito e atacámos o farnel da Maria que ainda assim, conseguiu levar alguma comida de volta para casa. Enquanto comemos as atenções centraram-se nos livros e começaram as leituras que trouxeram novidades para todos, com poemas e poetas desconhecidos para alguns de nós.
Só me lembro de alguns nomes (o dos mais conhecidos) de poetas que foram recitados: Miguel Torga, Sam Sheppard, Daniel Jonas, Alberto Pimenta, Ana Pereira, Jorge Sousa Braga, Florbela Espanca, Mário de Sá-Carneiro, dois poetas que tinham Rui no nome e outros.
No fim, concordámos todos que repetiriamos para a semana e no mesmo sítio, porque devido ao frio não pudemos aproveitar devidamente, nem aquecer realmente o ambiente com a poesia que foi lida num tom muito morno e tímido. Mas por sugestão da Maria, no próximo domingo haverá uma surpresa que será bem divertida e que surpreenderá quem no parque ande a passear.
Para terminar este relato, cabe-me pedir imensas desculpas à Virgínia que pela nossa (minha e da Lisa) pouca fé, acabou por ficar em casa com um bolo que tinha estado a fazer para o piquenique.

sábado, 1 de março de 2008

Lisboa Invisível

A partir de 5 de Março, há que ir à Rua do Açucar,64, Beco da Mitra em Lisboa vêr o novo espectáculo do Teatro Meridional "Lisboa Invisível".
Hoje no Expresso saíu uma excelente critíca da autoria de João Carneiro que diz "Uma peça prodigiosa no rigor estético e na tensão permanente" ou ainda "São nove os maravilhosos intérpretes" e, entre eles está o meu grande amigo e, também grande actor, performer, encenador e escritor Paulo Oliveira.
Outros amigos foram vêr aquando da estreia no Teatro S. Luiz e só me disseram maravilhas.
Quem andar pela capital, aqui tem um espectáculo a não perder!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Recital de Poesia

A minha amiga Cláudia Novais vai participar amanhã, sexta-feira, num recital de poesia no Café Progresso.
A Arquitectura será o tema deste recital mensal organizado pela Livraria Poetria.

O castelo do outro lado

Do outro lado de mim há um rio -
Ela disse-lhe ao ouvido.

Foram vê-lo.
Ela deu-lhe a boca,
ele acreditou na travessia
- Alcançar o castelo do outro lado.

Inventou um barco,
um remo para ele,
outro para ela.

Mas não atravessaram o sonho,
vogaram em círculo,
sempre o mesmo círculo...

Ela não remou.

Vitorino Almeida Ventura

Poesia Há Vinte - Hoje à noite no Pinguim Café

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

20 anos de poesia no Pinguim Café - Os festejos vão começar

Há 20 anos atrás, Joaquim Castro Caldas, iniciou as famosas segundas-feiras de poesia do Pinguim Café, que se tornaram um dos maiores eventos de culto dos finais dos anos 80 e inícios de 90.
A poesia acabou sempre por se manter uma das imagens de marca do bar e no dia 13 de Março, o Pinguim Café vai homenagear Joaquim Castro Caldas e vai contar com muitos daqueles que todas as segundas-feiras iam em romaria até ao número 67 da Rua de Belomonte.
Para Abril, as actuais quintas-feiras de Poesia, vão ser preenchidas com os sucessores do Joaquim.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Piqueniques Poéticos

Porque o trabalho não me chega, porque gosto de cultivar as minhas paixões, porque gosto de sol e de bom tempo, porque gosto de convívio, porque... ,
lembrei-me de organizar pic-nics poéticos aos domingos.
Todas as semanas anunciarei aqui o Jardim do Porto ou dos arredores onde se realizará o pic-nic, que será naturalmente cancelado se chover ao sábado ou ao domingo. Aqui ficamos absolutamente dependentes da natureza.
Se alguém não tiver percebido bem o conceito, este é simples, além da comida e da bebida, levam-se livros.
Como os jardins são públicos, todos são bem-vindos.
O ponto de encontro para o próximo domingo será às 15h no Parque de S. Roque.
Da minha parte e, por razões obvias, irei levar a poesia de Roberto Juarroz.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

O Teatro de Marionetas do Porto

O Teatro de Marionetas do Porto é uma companhia portuguesa que me atrevo a dizer ser uma das melhores do mundo no campo do teatro de marionetas.
Já conquistou milhares de espectadores que seguem atentamente as suas produções e tem participado nos melhores festivais internacionais de marionetas, tendo já vencido vários prémios.
O T.M.P. comemora 20 anos e vai repôr muitos dos seus espectáculos. Neste momento está em cena "O Polegarzinho" e a seguir vem aí "Os Três Porquinhos". Mas haverá muito mais até ao final do ano e, sobretudo, destaco as obras-primas "Miséria", "Nada ou o Silêncio de Beckett" e "Cabaret Molotov". Mas não se fiem só nas minhas sugestões, porque gostando-se mais ou menos, os espectáculos desta companhia são sempre de uma grande qualidade técnica e artística.
Para já, há que ír até à Biblioteca Almeida Garrett vêr "O Polegarzinho".
Da minha parte aqui ficam os meus Parabéns!

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Falar do que ouvi e não vi

O Teatro Nacional S. João não precisa, felizmente, de mais publicidade, mas como pode haver sempre uns distraídos, relembro que o espectáculo "O Café" termina já no próximo domingo.
Por impossibilidades profissionais e pessoais não pude nem vou poder vêr, mas quem foi tem me dito muitíssimo bem e, têm destacado a excelente cenografia, encenação e interpretação do Ivo Alexandre.
Eu tenho muitissíma pena de não poder vêr.
Quem puder, que aproveite!

Para Além da Trafaria - António Gedeão

Ao meu amigo Jorge C.
a propósito de uma discussão
sobre os ensinamentos da praxe.
- Minha mãe, haverá mundo
para além da Trafaria?
- Não sei, meu filho. Não sei.
Tudo aquilo que sabia
já no meu sangue te dei.
- Que serras são estas, mãe,
que não nos deixam ver nada?
- São rugas que a Terra tem.
Não maces a tua mãe.
Deixa-me estar descansada.
- Ó mãe, que rio é aquele?
Onde nasce e onde morre?
- Ó filho, é Deus que o impele.
Entretém-te a olhar para ele.
É um rio. Tem água. Corre.
- Quando eu for crescido, mãe,
quero saber e entender.
- Ó filho, o supremo bem
é cada qual, com o que tem,
resignar-se e agradecer.
Deus faz tudo pelo melhor.
Não se engana nem se esquece.
De todo o mal, o maior,
seria sempre pior
se Deus assim o quisesse.
Ninguém foge ao seu destino.
Está tudo determinado.
Não penses com desatino.
Dorme, dorme, meu menino.
um soninho descansado.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Homem

É no silencio do caminho aberto:

Quanto maior a alma maior o deserto
maior a sede e a miragem
do mundo à nossa imagem

Luís Veiga Leitão
PS - Como hoje estreio "O Senhor Juarroz" e como tenho cá a minha filha a poesia será assegurada pela Virgínia.
Poesia há Vinte - todas as quintas-feiras das 23h à 01h no Pinguim Café.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Fanfarra Recreativa e Improvisada Colher de Sopa (F.R.I.C.S.)

Num momento em que o Mercado do Bolhão, símbolo não apenas da Cidade do Porto, mas de toda uma forma de vida oposta à crescente homogeneidade e esterilização da actualidade, se encontra ameaçado, a F.R.I.C.S.
tem a honra de contribuir para mais uma acção de protesto (e pudesse o seu som ser tão eficaz como o das trombetas que fizeram cair as muralhas de Jericó!).

Depois dos ataques e restrições à colher de pau, ao azeite caseiro, aos licores do tio-avô, às rolhas de cortiça e a toda uma quantidade de elementos que tornam o mundo um lugar mais variado e surpreendente, assistimos a uma manobra que visa apagar do mapa um bastião do comércio tradicional, personalizado e não-massificado, para o substituir por um centro mercantil estéril e falsamente popular.

A F.R.I.C.S., ela própria uma filha da caótica biodiversidade decorrente da junção de ex-membros dos Clã, Gangrena, Amigos da Salsa, Genocide, e colaboradores de Plácido Domingo numa mesma banda, coloca-se firmemente do lado da diversidade não-catalogável, contra o impulso destrutivo que se esconde por detrás da "segurança", da "higiene" e da "modernização".




PS - Não é meu hábito transcrever para aqui emails que recebo mas como me identifico com o texto, aqui o publico até porque a F.R.I.C.S. merece ser publicitada também pela sua grande qualidade musical.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Olá Senhor Juarroz

O Senhor Juarroz de Gonçalo M. Tavares é sem dúvida um livro cativante e o espectáculo que estou prestes a repôr (é já na quinta-feira a estreia) no Teatro da Vilarinha é para mim um dos melhores do Pé de Vento.
O texto do Gonçalo é muito bom, a poesia do Roberto Juarroz também, a convocação do universo pictórico de Magritte para a encenação do joão Luiz e para a cenografia do João Calvário resulta em pleno acompanhada pelo desenho de luz do Rui Damas. A tarefa de composição musical foi muito bem entregue ao Pedro Junqueira Maia e o mesmo se pode dizer dos figurinos de Susanne Rösler.
O resultado é um trabalho teatral artisticamente válido, com a vantagem de cativar adultos e crianças por motivos opostos (se forem ver perceberão porquê).
Além de tudo isto, foi um prazer construir esta personagem e trabalhar ao lado da Patrícia Queirós, actriz que desconhecia e que rápidamente nos conquistou a todos com o seu trabalho.
O Senhor Juarroz vai estar em cena até 16 de Março, de quinta a sábado às 21h45 e sábados às 16h.
Espero que apareçam e que falem aos vossos amigos!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Adeus Peter Pan

O musical Peter Pan está em cena até ao proximo fim-de-semana no Teatro Tivoli em Lisboa, mas a aventura terminou ontem para mim devido a outros compromissos profissionais. A pasta foi agora passada para o Pako (um abraço irmão) que assegura (e bem!) a carreira deste musical que tanto sucesso tem tido.
Ontem foi sem dúvida um dia estranho. Sair de um espectáculo sabendo que ele continua em cena. Uma nova experiência na minha vida.
Mas se havia uma tristeza antes do início do espectáculo, logo se desvaneceu com o carinho dos colegas, com a muito bem pregada partida que me fizeram durante o espectáculo e com as 1032 pessoas que ali estiveram a assitir e que, alinhando na partida, se despediram de mim com palmas.
Foi sem dúvida um dos momentos mais emocionantes da minha carreira.
Obrigado a todos!

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Figuras e figurinos

  1. Inaugura hoje na Junta de Freguesia de Aldoar a exposição "Figuras e Figurinos" do Pé de Vento. Este é o primeiro acto público directamente relacionado com as comemorações dos 30 anos de actividade desta companhia à qual estou ligado há já 11 anos.

2. Estou em Lisboa para as últimas representações que eu vou fazer do musical Peter Pan. Aqui ficarei até domingo.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Asa Presa

O tormento de te amar é uma asa presa
que me detém num cubo de medo;
medo de que o amor eterno exista,
não caiba nas nossas vidas tão breves
ou não lhes resista.
Ana Rita Calmeiro
Poesia Há Vinte - Todas as quintas-feiras entre as 23h e a 01h no bar Pinguim Café

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Nova Música Tradicional

Ontem faltei à sessão do meu querido Clube dos Pinguins.
Estive com o Osga a fazer a programação do próximo Circunvalação à Noite que, passado um ano da primeira edição, terá a mesma temática do primeiro. Há um ano chamei ao ciclo Folk Fusão e, para quem não está recordado tivemos no Teatro da Vilarinha os Le Partisan, Lufa Lufa e Comvinha Tradicional. Este ano, de 3 a 5 de Abril o ciclo repete-se mas com uma nomenclatura diferente, pois Folk Fusão nunca me agradou realmente. Assim o ciclo chamar-se-à, se eu não me arrepender entretanto, Nova Música Tradicional e confirmado está já o projecto Mu, uma das melhores bandas do género em Portugal. Os outros dois nomes para preencher o ciclo estão já na manga, mas ainda falta a confirmação pelo que os revelarei mais tarde.
Entretanto, aguardo opiniões sobre o novo nome encontrado para o ciclo.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Novo filme de Francisco Manso

Francisco Manso vai filmar a partir de meados de Março um filme sobre o Assalto ao Santa Maria em Viana do Castelo.
Haverão alguns castings para papéis secundários, figurações especiais e figurações.
Quem estiver interessado por favor contacte-me para eu disponibilizar o email da assistente de realização para envio de curriculo, fotos e contactos.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

De Regresso

Desculpem esta semana de silêncio.
Foi imenso o trabalho para a reposição do musical Peter Pan, mas valeu sem dúvida a pena. A estreia correu muito bem, com cerca de 800 pessoas a assistir, entre elas algumas figuras de destaque da cultura e entretenimento portugueses.
Mas nem tudo foi trabalho. Aproveitei para revêr amigos e perder-me um pouco pelo Bairro Alto.
O hotel onde fiquei instalado não tinha internet e passei os meus dias metido no Teatro Tivoli.
Agora estou já de regresso ao Porto e comecei hoje os ensaios da reposição de O Senhor Juarroz que estreia já no próximo dia 21 de Fevereiro no Teatro da Vilarinha.
Além dos ensaios a minha semana será preenchida com o Clube dos Pinguins amanhã, a Escrita surrealista na quarta e a Poesia Há Vinte na quinta. Sexta-feira regresso a Lisboa, onde farei mais espectáculos do Peter Pan.
Resta-me dizer que estou com saudades vossas.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

Nao sei falar de...

Depois de uma quinta-feira intensa de poesia, na sexta de madrugada viajei até Lisboa para apanhar o aviao que me trouxe até Berlim.
É daqui que escrevo e, como tal, com poucos acentos e sem cedilhas.
Berlim é sem dúvida a capital cultural da Europa! Em apenas dois dias é o único que consigo dizer desta imensa cidade onde me fartei de perder.
Apenas vim aqui para respirar o ar e tentar perceber o fascínio que tanta gente sente.
Percebi e nao sou capaz de explicar. Tem que se cá vir e eu tenho absolutamente de voltar!
Amanha de madrugada rumo a Lisboa onde vou dirigir a reposicao do musical Peter Pan. Nao sei qual a facilidade que terei no acesso à internet para manter o blog actualizado, em todo o caso farei o melhor possível.
Na sexta-feira dia 8 estreia em Lisboa o Peter Pan!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Mágoa das Pedras

Mágoa das Pedras é o mais recente livro de poesia de Joaquim Castro Caldas, editado pela Deriva e, será apresentado hoje às 18h30 no Clube Literário do Porto.
O Joaquim convidou-me para lêr alguns poemas nesta apresentação. Já conhecia alguns deles por o têr ouvido lêr nos encontros que temos tido nos últimos anos, mas a selecção e reunião de poemas que neste livro encontramos é surpreendente. É para mim, dos livros que já li de Joaquim Castro Caldas, o melhor. Claro que não li todos e a minha opinião acarreta conscientemente a subjectividade da minha leitura e da minha amizade.
O Clube Literário do Porto fica na Rua Nova da Alfândega, 33, no Porto. Convido todos a aparecerem.
À Noite, às 23h, no Pinguim Café, acontece a Poesia há vinte, nome dado às sessões de poesia que semanalmente ali acontecem, por precisamente comemorar-se este ano 20 anos que Joaquim Castro Caldas ali iniciou as segundas-feiras de poesia.
A sessão desta noite, com ou sem a presença física do Joaquim, passará naturalmente também por este novo livro.
Os convites estão feitos e, da minha parte, lá estarei para vos receber com carinho.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Escrita Surrealista

Os surrealistas, como processos de criação artística, inventaram vários "jogos" de escrita automática e aleatória. O mais famoso, criado por Andre Breton, foi o Cadávre Exquis, que numa tradução estranha significa Cadáver Esquisito. Muitos já fizeram este "jogo" entre amigos. Tem duas variantes, o desenho e a escrita. Aqui, interessa-me falar na escrita. A regra é simples: alguém escreve uma frase, tapa-a e alguém a seguir escreve outra e, assim sucessivamente. No fim, há a curiosidade de se descobrir a obra de arte ou a pessegada que dali saíu.
Entre um grupo de amigos pequeno ou não se deixa nenhuma palavra à vista ou deixa-se apenas uma. No Pinguim Café e, como são muitos os participantes e a maior parte desconhecidos entre si, a regra é deixar uma frase à vista e dar continuação a esta, tapando-se sempre a anterior. No fim de cada cadáver, cabe-me a tarefa de o decifrar e lêr em voz alta.
Na primeira edição da Escrita Surrealista em 2002, escreveram-se em pouco mais de 6 meses cerca de 800 textos, entre Cadáveres Esquisitos, colagens, poemas individuais, poemas colectivos e poemas objecto.
Esta segunda edição começou em Novembro de 2007 e, todas as quartas-feiras, entre as 23h e a 01h, a noite é da escrita!

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Clube dos Pinguins

Nascido há poucos anos atrás a partir da simples ideia de em vez de se andar a emprestar filmes, livros e muitas outras paixões, encontrar-mo-nos regularmente e partilhar de uma só vez com toda a gente.
O Clube dos Pinguins é isso mesmo, um clube de partilha de paixões. Aberto a todos e com regras muito simples, reune todas as terças-feiras às 23h no Pinguim Café e, em cada sessão há uma pessoa a partilhar uma das suas paixões.
Como todos são, felizmente, diferentes, as paixões partilhadas têm sido muitas e as descobertas também. Poesia, Cinema, culinária, Pesca, Física, Bioquímica, música, restauro, etc...
A cada terça-feira a surpresa acontece!
Querem mais motivos para aparecer?

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

A semana

Meus amigos, a semana vai ser bastante preenchida. Além do recital Palavras para que vos quero, há na terça-feira Clube dos Pinguins, na quarta Escrita Surrealista e na quinta, às 18h30 no Clube Literário do Porto, o lançamento do novo livro de Joaquim Castro Caldas A Mágoa das pedras e à noite, às 23h, a Poesia há vinte" no Pinguim Café.


Espero encontrar-vos num destes dias!

Investir

Mais uma vez fomos passar o fim-de-semana a Vouzela.
Além dos Pasteis e dos doces do Café Central, do restaurante O Regalinho e claro está, do Restaurante Quinta da Cavada (o paraíso da cozinha portuguesa) não deixámos de dar uma volta pela Penoita. Desta vez, contrariando o nosso trajecto habitual por tão bela montanha, fizemos um desvio em direcção a Fornelo do Monte, aldeia que não ia desde os 8 anos. Para meu grande espanto, a aldeia cresceu muito e são várias as novas contruções e muitas as que se estão a construir. É uma pena não ter uma máquina digital ou um telemóvel bem equipado pois deparei-me com algo que merecia uma foto. Numa quinta à face da estrada uma bandeira portuguesa com um grande painel por baixo chama a atenção dos passantes. Parado o automóvel, andei uns metros para lêr e perceber o significado de tão foleira instalação e deparei--me com a seguinte inscrição (que creio ter decorado devidamente):

"Portugal venceu batalhas
com espadas e canhões.
Agora a guerra é outra.
Investir.
Nós investimos aqui
se a isso nos autorizarem"

Espero que não queiram investir em nenhum aviário ou central nuclear.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Palavras Para Que Vos Quero

Palavras para que vos quero é um projecto desenvolvido pelo Pé de Vento e no qual estou envolvido e que consiste em recitais de poesia para a infância e juventude. Organizado em dois módulos, um para crianças dos 6 aos 12 e outro para adolescentes dos 12 aos 16, tem sido apresentado desde Novembro para público escolar. O módulo dos 6 aos 12 fez hoje a última apresentação e o dos 12 aos 16 vai terminar na próxima quinta-feira, dia 31 de Janeiro. Como o recital não tem sessões para público em geral, lembrei-me de deixar aqui as datas e as horas das apresentações que faremos para a semana, para o caso de alguém querer vêr.

3ª feira 29/01 - 11h e 15h
4ª feira 30/01 - 15h
5ª feira 31/01 - 11h

Quem quiser vêr basta aparecer no Teatro da Vilarinha e dizer que vem da minha parte.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Roteiro poético para hoje e amanhã

Hoje e amanhã à noite há poesia no Teatro do Campo Alegre sendo o Valter Hugo Mãe o poeta conviado. Quem já tem bilhete pode rejubilar-se porque as sessões estão esgotadas. Quem não tem, pode ir hoje à noite à "Poesia há vinte" no Pinguim Café onde estarei eu com a minha sessão semanal com a presença provável de Joaquim Castro Caldas.
Amanhã a minha amiga Cláudia Novais vai estar com o José Carlos Tinoco no Café Progresso. O cartaz desta sessão que inseri aqui no post diz que é no dia 26, mas não é! É mesmo amanhã!!!


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Balanço do Ciclo Spoken Words

Tinha prometido fazer um balanço do 3º Circunvalação à Noite, mas com os posts que já fiz e com a crítica especializada feita por Pedro Vasco Oliveira para o Primeiro de Janeiro, que em baixo transcrevo, o balanço pode dizer-se já feito.
No geral foi um sucesso. A qualidade dos projectos foi excelente, as condições técnicas também, a Imprensa deu uma boa cobertura ao evento e o público acorreu em muito maior número que nas edições anteriores.
Fiquei também feliz por vêr que houve muito mais espectadores a fazerem o pleno dos concertos.
Apesar disto tudo, continuam a faltar patrocínios para que este projecto possa ser viável financeiramente e mais público para as bandas emergentes (este é um dos pricípios basilares do Circunvalação à Noite, a divulgação e promoção de novos projectos musicais).
Para terminar este breve balanço, não posso deixar de agradecer ao Pé de Vento a possibilidade, o apoio e a confiança que me tem dado neste projecto, bem como ao João Ramoa e ao Ugo que foram incansáveis para que a qualidade do som estivesse ao melhor nível.
Agradecimentos também ao Pinguim Café, Comvinha Tradicional e João Ramoa pelo patrocínio que nos tem dado desde a primeira edição do Circunvalação e ao Labirintho, Contagiarte, Giradiscos/Edifício Era Uma vez no Porto e Casa Viva por terem colocado bilhetes à venda nos seus espaços.






1.

Cantora dos Três Tristes Tigres abriu o III.º Circunvalação à Noite
Ana revisita Deus

Ana Deus, com uma espécie de biografia musical… e não só, abriu o III.º Circunvalação à Noite, perante um público interessado e que praticamente encheu a plateia do Teatro da Vilarinha, no Porto. Hoje, o «Ciclo Spoken Words» encerra com a actuação de Adolfo Luxúria Canibal.
Pedro Vasco Oliveira


O 3.º Circunvalação à Noite arrancou anteontem com a actuação de Ana Deus, num espectáculo em que a cantora revisitou o percurso de vida, grande parte feito em cima do palco.Uma espécie de biografia musical que a cantora explanou desde os seus tenros oito anos de idade em que cantarolava até à exaustão os grandes sucessos do Festival Eurovisão da Canção e outros do Portugal cinzento dos tempos do Fascismo. Um ano volvido estava a pisar o palco pela primeira vez…O espectáculo começa com Ana Deus a reencontrar-se com a sua voz (que se ouvia em off) já em palco, para partir numa viagem pelo tempo e por uma carreira que teve como último capítulo a performance de quinta-feira à noite.Valendo-se de textos de Ernesto Melo e Castro, Regina Guimarães e José Mário Branco, Ana Deus percorreu o que tem sido a sua vida neste Portugal, em geral, e no Porto, mais em concreto.As projecções vídeo de Amarante Abramovici e a manipulação de objectos projectados em tempo real, qual caleidoscópio, de Paulo Ansiães Monteiro emprestaram um brilho extra à performance da artista.Mas confundindo-se o seu percurso de vida com a carreira musical que vem desenvolvendo, os projectos mais significativos que encabeçou não podiam nem ficaram de fora: Três Tristes Tigres e Ban.Já agora e a propósito: “Dá-me um ideal, imaginário, popular, avançado”!Dissertando, cantando, vocalizando, representando, intervindo, Ana Deus traçou o próprio retrato musical, atravessando décadas e demonstrando porque é uma das grandes vozes que temos em Portugal.Depois do palco ter estado entregue ontem ao projecto Godot, hoje, no fecho do «Ciclo Spoken Words», do Circunvalação à noite, Adolfo Luxúria Canibal e António Rafael lançam «Estilhaços» sobre uma plateia que se espera esteja, pelo menos, tão composta como anteontem, em que poucos eram os lugares vazios.O espectáculo protagonizado pelos dois elementos dos Mão Morta baseia-se no livro homónimo de Luxúria Canibal.

in o Primeiro de Janeiro de 19 de Janeiro de 2008

2.


Godot revela-se a surpresa do 3.º Circunvalação à Noite
Sem esperas, nem demoras

Ambiente sonoro intenso a servir de cama à palavra poética de Mário Cezariny e John Clare, entre outros, foi a óptima proposta que os Godot levaram, sexta-feira, até ao Teatro da Vilarinha, onde ontem encerrou o «Ciclo Spoken Words», do 3.º Circunvalação à Noite.
Pedro Vasco Oliveira


Bela surpresa que o segundo dia do Circunvalação à Noite proporcionou ao público que se deslocou ao Teatro da Vilarinha para assistir a mais um capítulo do «Ciclo Spoken Words».O palco esteve por conta dos Godot, projecto de Santo Tirso, que faz da palavra poética o eixo sobre a qual giram as suas criações. De facto, Mário Costa (voz), Sara Ribeiro (teclados e acordeão), Miguel Marques (guitarra) e Nuno Rabino (bateria) fomentam uma ambiência sonora bastante estimulante e que serve de bandeja à palavra dita (leia-se cantada). Apoiada no choro lânguido da guitarra, que encontra na sonoridade dos teclados a plataforma ideal para criar ambiente, a voz forte, mas melodiosa de Mário Costa debita palavras de Mário Cezariny, mas também de outros autores, como por exemplo John Clare.As projecções vídeo de Luís Dias favorecem em grande medida a atmosfera que os Godot procuram em palco, um misto de luz/sombra, em que o cinzento impera e por onde a palavra emerge grave e acintosa, para que não restem dúvidas sobre o que é dito. A sonoridade intensa deste colectivo que ainda nem um ano tem de existência cativa e agarra o ouvinte.«Outra coisa», «Corpo visível», «Intensamente livre», «Eu sou… Sei que sou», «Mary», «Autografia II» e «A António Maria Lisboa» foram os temas que durante cerca de uma hora os Godot ofereceram ao público, que apesar de menos numerosos do que no dia anterior, teve oportunidade de ver e ouvir um projecto que se revelou uma agradável surpresa, pela qualidade apresentada e pela que ainda pode alcançar. A ideia almejada pelo grupo e a forma como a põem em prática deixa antever um futuro risonho ao projecto.«Autografia II», de Cezariny, foi o momento mais intenso e bem conseguido da actuação dos Godot, que se espera não façam o público esperar muito para os poder ver novamente.

in o Primeiro de Janeiro de 20 de janeiro de 2008

3.


Luxúria Canibal fechou «Ciclo Spoken Words»
A realidade ficcionada de «Estilhaços»

O «Ciclo Spoken Words», do 3.º Circunvalação à Noite, fechou em excelência. Adolfo Luxúria Canibal lançou os seus «Estilhaços», que não são mais do que episódios biográficos, relatados num registo de realidade ficcionada.


”De estrelas nada sei…”. Adolfo Luxúria Canibal inicia assim a leitura de alguns dos textos retirados do seu livro «Estilhaços», e que não são mais do que passagens, memórias, momentos de uma vida que vem desde a infância até ao presente… da obra.Com António Rafael, nos teclados e guitarra, e Henrique Fernandes, no contrabaixo – sem dúvida uma mais-valia para o projecto –, o «frontman» dos Mão Morta desfia alguns episódios entre o real e a alucinação, presentes no livro que não é mais do que uma possível biografia do autor.Sentado a uma secretária, onde um pequeno candeeiro ilumina as palavras nas folhas brancas do livro, Adolfo declama, disserta, recorda…O ambiente sereno e tranquilo que marca o registo em que «Estilhaços» decorre, potencia a voz grave, cavernosa e rouca de Luxúria Canibal.«De estrelas nada sei», «Noite transfigurada» e «A filha surda» foram os três textos que abriram a actuação no esgotado Teatro da Vilarinha, dando ideia, desde logo, de qual é a proposta do artista, que encontra na realidade os grandes retratos transcritos no livro que empresta o nome ao espectáculo.De histórias em que o avô é uma das personagens principais, a outras em que o seu pequeno filho surge como um dos seus interlocutores, numa viagem temporal, Adolfo Luxúria Canibal conversa com as palavras por entre as notas emanadas dos teclados e do contrabaixo.«O tempo que passa», «Braga, meu amor» e «White light/White heat» integraram também o alinhamento deste «Estilhaços» versão Circunvalação à Noite.A performance fechou com «O homem aos saltos», em que o autor exulta a condição de ser livre: “A rir das cócegas da liberdade”.
P.V.O.

in o Primeiro de Janeiro de 21 de Janeiro de 2008

domingo, 20 de janeiro de 2008

Palavras da Caverna

Finalmente o Circunvalação à Noite encheu.
Os fãs de Adolfo Luxúria Canibal compareceram à chamada e foi o encerrar de um Ciclo que trouxe Spoken Words e diversidade.
A estrutura musical de "Estilhacos" é extraordinária e nota-se que Adolfo, além de escritor e "dizeur" é um músico. A sua voz gutural e cavernosa e as suas leituras encaixavam perfeitamente na música. Adolfo brindou-nos com bons textos e momentos interpretativos que foram adjectivados por um espectador como "verdadeiras pérolas" e, eu assino por baixo.
O trabalho de Adolfo Luxúria Canibal e António Rafael já todos nós conhecemos dos Mão Morta mas há que destacar a presença do contrabaixista Henrique Fernandes que trouxe uma mais valia à performance.
Enfim, "Estilhacos" foi o ideal para encerrar o Ciclo Spoken Words do Circunvalação à Noite.
Mas nada como ler a critica especializada no Primeiro de Janeiro de segunda-feira.
Entretanto, amanhã farei o balanço geral deste terceiro Circunvalação à Noite.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Rock e Spoken Words

Tal como acontece em todos os Circunvalação à Noite, o segundo dia apresenta, dentro de cada ciclo, algo que toca e ao mesmo tempo foge ao género. A definição de Godot torna-se difícil, as oscilações entre a spoken words e o rock puro baralha todos os que gostam de classificar, inventariar, engavetar, arrumar.
Com escassos 3 meses de existência os Godot apresentaram um concerto com temas muito bem compostos, reforçados por uma voz e uma interpretação de textos com a qualidade que Mário Costa nos habituou aquando dos seus tempos de palco (antes de abandonar a carreira, foi actor do Teatro do Noroeste e do Teatro Nacional S. Joao, entre outros).
Apoiados por uma excelente iluminação de palco e por um videojockey que merece a mesma adjectivação, os Godot colocaram assim a cereja em cima do bolo.

Sendo o Circunvalação à Noite um projecto para divulgar bandas emergentes, Godot foi a aposta deste ciclo. Naturalmente com 3 meses de existência, ainda lhes falta alguma maturidade, mas estão sem dúvida no bom caminho e a continuar assim, serão umas das grandes bandas portuguesas, com a vantagem de seleccionarem e interpretarem grandes textos de grandes poetas. Como eles próprios dizem "Godot dá movimento às palavras dos poetas como se de um chevrolet se tratasse". A metáfora encaixa perfeitamente!

O unico senão da noite de ontem foi a confirmação de que o público português arrisca pouco e não é muito amigo da novidade. Sempre que se apresenta uma banda emergente a afluência é muito reduzida e pouco mais de 40% da lotação da sala foi preenchida.

Antes de terminar este post, sugiro que comprem o Primeiro de Janeiro de hoje, onde sai a crítica especializada ao concerto de ontem. Amanhã será a vez da critica sair em relação aos Godot.

Logo à noite o Circunvalação à Noite encerra com o grande Adolfo Luxúria Canibal e o seu "Estilhacos", acompanhado por António Rafael e Henrique Fernandes.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Concerto? Espectáculo? - Ana Deus em Grande!!!

Com lotação quase esgotada, Ana Deus surpreendeu!
Um verdadeiro espectáculo de Spoken Words em que viajámos até ao seu universo íntimo.
Com a video arte de Amarante Abramovici e Tiago Afonso, com a manipulação de objectos em tempo real de Paulo Ansiães Monteiro, com a criação de sons e ritmos, também em tempo real, de Ana Deus aliados à sua excelente voz e à sua solidão em palco, as palavras escritas por Ernesto Melo e Castro, Regina Guimarães entre outros, ganharam uma nova vida.
Ficámos presos às cadeiras e ao fim de uma hora de espectáculo, queriamos mais. O público pedia "encores" e, naturalmente não houve.
Não foi um concerto (apesar das canções), foi um espectáculo com princípio meio e fim!
A folha de sala que amávelmente a Ana Deus escreveu explicava isso mesmo e preparava-nos um pouco para o que iriamos vêr:

"Olá
Vou hoje rever alguns textos já cantados e dizer outros que estão a meio do caminho entra a escrita e a canção.
Se estou aqui,,, hoje,, não será porque "faço spoken words" mas porque tento, cada vez mais, perceber qual o caminho da palavra antes de a forçar a algum.
O palco, continua a ser para mim um sitio estranho,
assim trago de casa alguns "brinquedos" e, os
MEUS AMORES. "

E, meus amigos, foi a SURPRESA!

Hoje, o ciclo continua com os GODOT às 21h45, no Teatro da Vilarinha.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Circunvalação á Noite - Ciclo Spoken Words


o Umbigo do Blog

Sempre dividi a minha vida em diversas actividades.
Sou actor e encenador, declamador de poesia, produtor e programador de eventos, adepto da liberdade, da boémia e dos amigos, da boa comida, das boas conversas e das saudáveis discussões.
Gosto de partilhar paixões, afectos e interesses. Gosto de provocar e de ser discreto. Sou extrovertido e tímido. Sou educado e digo palavrões.
Recuso a coerência!
Um blog para promover as minhas actividades, os meus amigos e a mim.
Um blog criado contra o meu pudor!

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Curriculo Artístico

EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL

* Director Artístico da Apuro (Porto) e da Maçã Vermelha (Felgueiras). Assessor da Direcção Artística da Seiva Trupe - Teatro Vivo. Responsável pelas Segundas de Poesia do Pinguim Café

AUDIO-VISUAIS
Participação como actor
- 2 Minutos para Mudar de Vida (Série) - 1 episódio / Produção: IPATIMUP para a RTP
- Sefarad (Longa-metragem) de Luís Ismael / Produção: Light Box (2019)
- Dizem os Poetas - Colecção de 10 Cd de poesia editados pela Valentim de Carvalho (2018)
- Pródigo (Curta-metragem) de João Lourenço /Produção: Light Box (2017)
- 4 Play (série) - 1 episódio / Produção: Frame para a RTP2 (2017)
- Quem me Bate à Porta (Curta-metragem) de Afonso Marmelo / Produção: ESMAD (2017)
- Decrescente (média-metragem) de Saguenail/Produção: Helastre (2017)
- Trela Curta (longa-metragem) de Saguenail /Produção: Helastre (2016)
- Coração d'Ouro (telenovela) - 1 episódio / Produção: SP Televisão para a SIC (2016)
- Agora a Sério (série) - 1 episódio / Produção RTP (2015)
- Mulheres de Abril (série) - 2 episódios / Produção HOP! para a RTP (2014)
- As Desventuras de Austérix (Série radiofónica) - 24 episódios / Produção: Voz-Off para a TSF (2014)
- Acentuado Arrefecimento Nocturno (curta-metragem) de Saguenail /Produção: Helastre (2013)
- 1+1 (série) - 6 episódios / Produção: Academia RTP (2013)
- Monstro (Curta-metragem) / Produção: DAI/IPP (2012)
- Olhos de Vidro (videoclip) dos Dealema / Produção: Riot Filmes (2010)
- Maison Close (série) - 1 episódio / Produção: Canal + France
- Um Lugar para Viver (série) - 1 episódio / Produção: Plano 6 para a RTP (2009)
- Kunta (curta-metragem)de Ângelo Torres / Produção: Blábláblá Filmes e Cinemate (2008)
- Hotel da Sorte (curta-metragem)de António Pires / Produção: Instituto Multimédia
- Ecoman (série infantil) - 26 episódios / Produção: Hop! para a RTP (2006)
- Triângulo Jota (série juvenil) - 12 episódios / Produção: Hop! para a RTP (2006)
- Ora Viva (sitcom educativo) - 7 episódios / Produção: RTP - Portugal (2000)
- A Lenda da Igreja de Cedofeita - Programa Portugal Português / Produção: TVI - Portugal (1998)
- Passages (curta-Metragem) / Realização: Laurence de Moustier / Produção: Elkin Productions - França (1996)
-Ké Chourlaki (clip musical para o grupo de música cigana Arbat) / Realização: Laurence de Moustier / Produção: Elkin Productions - França (1996)
- Clube Paraíso (sitcom) - 1 episódio / Produção: RTP - Portugal (1993)
- Publicidade Televisiva do Instituto de Emprego e Formação Profissional Produção: Douro - Centro de Produções Artísticas, Lda. - Portugal (1993)

TEATRO
Participação como Actor
- 2084 - O Triunfo Sobre os Porcos de Castro Guedes, encenação de Castro Guedes / Pordução: Dogma 12 (2019)
- A Lenda de Santa Marta de Penaguião de Lina Guedes, encenação de Pedro Lamares /Produção: Artifícios (2018)
- Ecce Homo texto e encenação de Castro Guedes / Produção: Dogma12 (2018)
- Nous ne Parlons Pas/Não falamos de David Desoras, concepção e encenação de David Desoras / Produção: DyProcess e Apuro Teatro (2017)
- O Bem, o Mal e o Assim-assim de Gonçalo M. Tavares. Encenação de João Luiz/Co-produção: Pé de Vento e Teatro Nacional S. João. (2016)
- Il Tesoro de Manuel António Pina. Encenação de João Luiz / Produção: Assemblea Teatro Internazionale (Turim)/Pé de Vento (Porto) (2016/2017)
- A Coleira de Bóris de Sérgio Roveri. Encenação de Júlio Cardoso / Produção: Seiva Trupe (2015/16)
- U-Boat 1277 de Renzo Sicco. Encenação de Renzo Sicco / Produção: Assemblea Teatro Internazionale (Turim)/Pé de Vento (Porto) (2015/2017)
- Pessoas de Ricardo Barceló. encenação de Bruno Schiappa / Produção: Seiva Trupe (2014)
- As Mãos de Eurídice de Pedro Bloch, encenação de Júlio Cardoso / Produção: Seiva Trupe (2014/15)
- O Tesouro de Manuel António Pina, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (2014/2015)
- O Beijo de Ricardo Silveira, encenação de Rui Spranger / Produção: Apuro Teatro (2013)
- Millenium Tremens de David Desoras, concepção e encenação de David Desoras /Produção: DyProcess - Théâtre Le Colombier (2013)
- Dejá Vu de Paulinho Oliveira, leitura encenada dirigida por David Desoras / Produção: DyProcess - Théâtre Le Colombier (2013)
- Quem te porá como fruto nas árvores a partir de poemas de Ruy Belo, dramaturgia de Constança Carvalho Homem, encenação de João Cardoso / Produção: ASSEDIO - Teatro Nacional S. João (2012)
- Ensalada Vicentina a partir de "Auto da Visitação", "O Velho da Horta" e "Pranto de Maria Parda" de Gil Vicente, encenação João Luiz / Produção: Pé de Vento (2011)
- Normal de Ricardo Silveira, encenação e produção: Rui Spranger (2011)
- O Rapaz do Espelho de Álvaro Magalhães, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (2010, 2011)
- En Chair de David Durand, encenação do autor / Produção: Cie Et des Clous - Théâtre Le Colombier (2010)
- Histórias para serem Contadas de Oswaldo Dragún, encanação de Jorge Castro Guedes / Produção: Centro Dramático de Viana (2009)
- Pares e Ímpares de Alonso dos Santos, encenação de Susana Sá / Produção: T.E.P. (2009)
- O Senhor Valéry de Gonçalo M. Tavares, encenação João Luiz / Produção: Pé de Vento (2009)
- Clara de Arthur Miller, encenação de Susana Sá / Produção: Teatro Experimental do Porto (2008)
- História do Sábio Fechado Na Sua Biblioteca de Manuel António Pina, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (2008, 2009,2012,2013)
- Palavras Para Que Vos Quero, recitais de poesia para a infância e juventude / Produção: Pé de Vento (2007, 2008)
- Peter Pan, O Musical, encenação de John Gardyne /Produção: Famous Produções (2007)
- O Senhor Juarroz de Gonçalo M. Tavares, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (2007, 2008)
- Todos os Rapazes São Gatos de Álvaro Magalhães, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (2005, 2007)
- Camilo e Ana Augusta de Artur Costa, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento e Efémero (2006)
- O Brincador de Álvaro Magalhães, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (2005, 2006)
- Preconceito Aberto de Fernando Moreira, a partir do Preconceito Vencido de Marivaux, encenação de Fernando Moreira / Produção: TIPAR (2005)
- A Asa e a Casa de Teresa Rita Lopes, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (2003, 2004)
- O Físico Prodigioso de Jorge de Sena, dramaturgia de Mª.João Reynaud, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento e Teatro Nacional S.João (2004)
- A Ilha dos Escravos de Marivaux, encenação de Castro Guedes / Produção: Teatro do Noroeste (2002)
- Contos do Vale do Lima de Manuel Couto Viana, construção colectiva coordenada por José Martins / Produção: Teatro do Noroeste (2002)
- O Colaborador de Friedrich Dürrenmatt, encenação de Manuel Guede Oliva Produção: Teatro do Noroeste (2001)
- Mar Revolto de Roberto Vidal Bolaño, encenação de José Martins / Produção: Teatro do Noroeste - Centro Dramático Galego - Companhia de Teatro de Braga - Festeixo - FITEI (2001)
- A Noite de Manuel António Pina, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (2001)
- Édipos de Alexandra Moreira da Silva, encenação de Guilhermo Heras / Produção: Teatro do Noroeste (2000)
- Peso a Mais, Sem Peso, Sem Forma de Werner Schwabb, encenação de José Martins / Produção: Teatro Art’Imagem e Teatro do Noroeste (2000)
- Os Piratas de Manuel António Pina, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (1997, 1998, 2000)
- Verdades e Mentiras de José Martins a partir de Falar Verdade a Mentir de Almeida Garrett, encenação de José Martins / Produção: Teatro do Noroeste (1999, 2000)
- Enquanto a Cidade Dorme de Álvaro Magalhães, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (1999, 2000)
- O Julgamento da Jamaica de Paulo Oliveira, encenação de Paulo Oliveira / Produção: Artenão-Motivo Teatro (1999)
- O Dia da Inês Negra de José Jorge Letria, encenação de José Martins / Produção: Teatro do Noroeste (1999, 2000, 2001)
- Perdida nos Apalaches de Sanchis Sinisterra, encenação de José Martins / Produção: teatro do Noroeste (1999)
- Ecos, Elos, Horizontes e Memória a partir de uma obra musical de Clotilde Rosa, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento para EXPO’98 (1998)
- O Adamastor de Manuel António Pina, encenação de João Luiz / Produção: Pé de Vento (1998)
- Qual de Mim a partir de textos de Eugénio de Castro, dramaturgia de Mª. João Reynaud, encenação de João Luiz para o Festival Simbolista (Bruxelas) / Produção: Pé de Vento / Théâtre Poème (1997)
- Sem Corpo nem Voz de Paola Presciultini, encenação de Cláudio Cinelli / Produção: Festival Internacional de Marionetas do Porto (1996)

Como Encenador: 
- Sair da Casca - A Floresta leitura encenada e dramaturgia a partir do conto homónimo de Sophia de Melo Breyner Andresen /Produção: Casca de Nós para a Feira do Livro do Porto (2017)
- Os Amigos de Sophia dramaturgia a partir de poemas de Sophia de Melo Breyner Andresen dedicados a amigos seus / Produção: Casca de Nós para a Feira do Livro do Porto (2017)
- Sair da Casca - O Cavaleiro da Dinamarca leitura encenada e dramaturgia a partir do conto homónimo de Sophia de Melo Breyner Andresen /Produção: Casca de Nós para a Feira do Livro do Porto (2017)
- Os Amigos de Sophia - A morte vem como nenhuma carta dramaturgia a partir da correspondência entre Sophia de Melo Breyner Andresen e Jorge de Sena / Produção: Casca de Nós para a Feira do Livro do Porto (2017)
- Sair da Casca - A Menina do Mar leitura encenada e dramaturgia a partir do conto homónimo de Sophia de Melo Breyner Andresen /Produção: Casca de Nós para a Feira do Livro do Porto (2017)
- Os Amigos de Sophia - Aconteceu-me um Poema dramaturgia a partir de poemas de Sophia de Melo Breyner Andresen e Fernando Pessoa /Produção: Casca de Nós para a Feira do Livro do Porto (2017)
- As Veladoras dramaturgia a partir de "O Marinheiro" de Fernando Pessoa / Produção: Maçã Vermelha (2017)
- Urro de Júlio do Carmo Gomes / Produção: Apuro Teatro e Dogma12 (2017)
- O Lobo Sou Eu de Eduardo Leal /Produção: Pé de Vento (2017)
- Cartas da Dispersão dramaturgia de Rui Spranger a partir das cartas de Mário de Sá-Carneiro a ernando Pessoa, co-encenada com Pedro Lamares. / Produção: Apuro Teatro e Casca de Nós (2016)
- Ele na Índia e eu morta? Ou ter velho na horta? Antes um burro à Porta de Jorge Castro Guedes a partir de Gil Vicente. /Produção: Maçã Vermelha (2016)
- Uma pequenina luz dramaturgia de Rui Spranger / Produção: Maçã Vermelha (2015)
- Lendas e Narrativas - memórias de um tempo qualquer, dramaturgia de Rui Spranger / Produção: Apuro Teatro para a Rota do Românico (2014)
- O Beijo de Ricardo Silveira /Produção: Apuro Teatro (2013)
- Normal de Ricardo Silveira / Produção: Rui Spranger (2011)
- Ratos e Borboletas na Barriga de Paulinho Oliveira / Produção: Pé de Vento (2009)
- O Livro da Selva de Rudyard Kipling (versão Disney) / Produção: Famous Produções (2008)
- Retratos Comuns de Rui Spranger / Produção: SOTAO (2006)
- Histórias para Burgueses de Alonso Ibarrola, dramaturgia de Rui Spranger / Produção: SOTAO (2005)
- Abel Salazar textos diversos, co-encenação de Sónia Correia / Produção: SOTAO (2005)
- Elegias em Mitilene - 2º Capítulo do livro As Canções de Bilitis de Pierre Louys / Produção: SOTAO (2004)
- Bucólicas em Panfília, 1º capítulo do livro As Canções de Bilitis de Pierre Louys / Produção: SOTAO (2003)
- Três Peças de Jean Tardieu - A Fechadura, o Senhor Eu, O Guichet de Jean Tardieu / Produção: Artenão-Motivo Teatro e Rivoli - Teatro Municipal (2000)
- O Espantalho de Jean Tardieu / Produção: Artenão-Motivo Teatro (1998)
- Histórias para Burgueses, adaptação de contos de Alonso Ibarrola / Produção: Inomidisla - Grupo de Teatro do ISLA (1995, 1996)
- O Auto da Índia de Gil Vicente / Produção: Teatro Submundo (1993)

OUTRAS ACTIVIDADES:
- Dramaturgias e Escrita Cénica: Histórias para Burgueses I; Histórias para Burgueses II; Bucólicas em Panfília; Abel Salazar; Retratos Comuns; Lendas e Narrativas - Memórias de um Tempo Qualquer; Uma Pequenina Luz; Cartas da Dispersão; As Veladoras; Aconteceu-me Um Poema; A Menina do Mar; A Morte Vem Como Nenhuma Carta; O Cavaleiro da Dinamarca; Os Amigos de Sophia; A Floresta; Uma Grande Tarefa Espera os que Amam.
- Poesia: Plaquete "Montanha Russa" editada pela Texto Sentido; Poemas publicados em algumas antologias e revistas literárias.
- Voz: Bushmill's - Spot televisivo (2016); Ikea - Spot rádio de campanha Verão Matosinhos e Braga (ZOV 2016), videos ZMAR, Documentário Himalaias, a viagem dos jesuítas ao Tibete ( Farol de Ideias 2012); spot publicidade rádio TMN Drive (ZOV 2012); spot publicidade rádio Quinta da Aveleda (Voz Off 2012); Spots para livros da Leya (Play 2013); "As desventuras de Austerix" programa de humor na rádio TSF (2013).
- Assistente de Encenação nos espectáculos Elegia adaptação de textos de Rainer Maria Rilke com encenação de Franco Brambilla / Produção: Ballet-Teatro (1995) e em Moby Dick adaptação de Roman Paska do conto de Melville, encenação de Roman Paska / Produção: Festival Internacional de Marionetas do Porto / Academia Contemporânea do Espectáculo / Festival Vert - Portugal/França (1994)
- Director de Actores no "Porto Story Tellers Produção: Portgall (2016), no "High School Muical 2" / Produção: Famous Produções (2009), no filme "Como Todas as Histórias Acabam" de Filipe Martins (2002), nas suas diversas encenações.
- Dizedor de Poesia em vários recitais e festivais literários onde se destacam participações em: Quintas de Leitura do Teatro Campo Alegre; Encontros Mário Casariny na Fundação Cupertino Miranda; Carmina na mesma Fundação; Festival Paredes de Coura; Festival Realizar: Poesia na mesma vila; Festival de Poesia e Música de V. N. de Foz Côa ; Correntes d'Escritas; Tinto no Branco em Viseu; entre outros.
- Programador e criador do ciclo Solstícios e Equinócios - Poesia no Espaço Miguel Torga.
Programador e criador das Noites Maçã Vermelha na Casa das Artes de Felgueiras entre 2017 e 2019.
- Programador e criador do projecto CIRCUNVALAÇÃO À NOITE do Pé de Vento no Teatro da Vilarinha desde 2007
- Relações Públicas e Programador Cultural do Bar Pinguim Café entre 2002 e 2006
- Co-director Artístico do grupo Artenão-Motivo Teatro entre 1998 e 2000
- Produtor dos seguintes espectáculos:
Urro e O Beijo ambos para a Apuro Teatro em 2017 e 2015.
Normal, produção própria em 2011.
Histórias Mínimas para o grupo As Boas Ragarigas..., encenação de Rogério de Carvalho em 1994
O Espantalho para o grupo Artenão-Motivo Teatro em 1998 e 1999
Três Peças de Jean Tardieu para o grupo Artenão-Motivo Teatro em 2000
-Assistente de produção dos seguintes espectáculos:
- Mar Revolto / Teatro do Noroeste
- O Rouxinol / Teatro do Noroeste, encenação José Caldas em 2001
- Moby Dick in Porto para o Festival Internacional de Marionetas do Porto
- Responsável pela captação de públicos do Teatro do Noroeste entre Abril e Dezembro de 2001
- Formador de Actores e director artístico do SOTAO - Grupo de teatro do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar entre 2003 e 2006
- Formador de actores e director artístico do grupo de Teatro do Instituto Superior de Línguas e Administração do Porto (ISLA) entre 95/96
- Coordenador do Clube de Teatro da Escola EB 2,3 Augusto Gil no âmbito do projecto Da Prática à Vivência Teatral realizado no Pé de Vento em 1997 e 1998
- Docente dos níveis 4 e 5 de teatro do centro de formação do Ballet-Teatro no ano lectivo 1998/99
- Dirigiu várias Oficinas de Expressão Corporal entre 1998 e 2003
- Dirigiu um Atelier de Interpretação para adultos no Ballet-Teatro em 2000
- Dirige oficinas de voz na Voz-off
- Faz coaching na MBA consultores