sexta-feira, 28 de março de 2008

Circunvalação à Noite - Ciclo Nova Música Tradicional


É já na próxima quinta-feira, dia 3 de Abril que arranca a 4ªedição do Circunvalação à Noite. Espero poder contar convosco!

quinta-feira, 27 de março de 2008

Dia Mundial do Teatro , 27 de Março de 2008 - Mensagem Internacional

Existem várias hipóteses sobre as origens do teatro, mas aquela que mais questiona o meu espírito tem a forma de uma fábula:

Uma noite, em tempos imemoriais, um grupo de homens tinha-se reunido numa pedreira para se aquecer à volta de uma fogueira a contar histórias. Quando de repente, um deles teve a ideia de se levantar e usar a sua própria sombra para ilustrar a sua história . Socorrendo-se da luz das chamas, fez aparecer nas paredes da pedreira figuras maiores do que o natural. Os outros, deslumbrados, foram reconhecendo o forte e o fraco, o opressor e o oprimido, o deus e o mortal.

No nosso tempo, a luz dos projectores substitui a luz da fogueira original e a maquinaria de cena as paredes da pedreira. E com todo o respeito por certos puristas, esta fábula recorda-nos que a tecnologia está na verdadeira origem do teatro, que não deve ser considerada como uma ameaça, mas como um elemento congregador.

A sobrevivência da arte teatral depende da sua capacidade de reinventar-se, utilizando novas ferramentas e novas linguagens. Caso contrario, como poderia o teatro continuar a ser o testemunho dos grandes embates da sua época e promover a compreensão entre os povos, se ele mesmo não desse prova de abertura? Como poderia orgulhar-se de oferecer soluções para os problemas de intolerância, de exclusão e de racismo, se, na sua própria prática, se recusasse à mestiçagem e à integração?

Para representar o mundo com toda a sua complexidade, o artista deve propôr formas e ideias novas e mostrar confiança na inteligência do espectador capaz de reconhecer , ele próprio, a silhueta da humanidade nesse jogo perpétuo de luz e sombra.

É verdade que, por brincar demais com o fogo, o homem corre o risco de se queimar, mas pode também ter a possibilidade de deslumbrar e de iluminar.



ROBERT LEPAGE
QUEBEC , 17 de Fevereiro de 2008

quarta-feira, 26 de março de 2008

Escola do Espectador

O Centro Dramático de Viana/Teatro do Noroeste desenvolve um projecto que eu considero extremamente interessante, trata-se da Escola do Espectador e, vai realizar no âmbito desta iniciativa, um seminário sobre os teatros à italiana nos dias 25, 26 e 27 de Maio.
Haverá também uma sessão pública no dia 29 de Maio. Este seminário é orientado por um dos melhores (se não o melhor) especialista da área em Portugal.
Eu infelizmente vou estar em cena nessa altura, mas quem puder, que aproveite.
Eu não desperdiçaria!

Nota: Na página do CDV procurar: programação/outros programas/escola do espectador

terça-feira, 25 de março de 2008

Lembrete

Amanhã, quarta-feira, há noite de Escrita Surrealista no Pinguim Café.
Na quinta-feira há Poesia no mesmo sítio, mas também vou estar com o Pé de Vento na Fnac de Gaia para assinalar o Dia Mundial do Teatro. Os espectáculos do Teatro Nacional S. João terão entrada gratuita nesse dia, portanto quem quiser aproveitar...
No sábado há concerto de lançamento do cd "Cinco" dos Ugo no Teatro da Vilarinha.
No domingo talvez haja o que não tem podido haver por causa da chuva.

Da Galiza a Portugal com amor

Depois de 5 dias fantásticos nas terras celtas vizinhas, estou de volta.
Estava um pouco preocupado porque estive 5 dias sem contacto com o mundo, sendo o estado do tempo a única coisa que me ia chegando aos ouvidos. A moda dos alertas laranjas também chegou a Espanha (viva a globalização) e não falavam noutra coisa a não ser dos fortes ventos, da chuva e do frio. É certo que apanhámos vento, frio, chuva e neve. Mas também tivemos direito a muito sol, apesar do vento.
Chegados a Portugal olhei para a primeira página de um jornal e fiquei logo a saber a notícia mais importante das terras lusas. O Sporting perdeu com o Setubal. Interessante!
Hoje abri os emails e fiquei finalmente a saber que houve uns tumultos no Tibete, que a China já expulsou os jornalistas e tem a situação democráticamente controlada, dando aos turistas a tarefa de informarem o mundo do que se lá vai passando. A China é realmente um país de trabalho. Andam lá uns mandriões a não fazer nada e arranjam-lhes logo algo que fazer. Mas tirando a ironia, lá assinei mais uma petição pelo Tibete (mesmo sem ter ainda percebido bem o que aconteceu).
Voltando à Galiza, além das praias, das cidades, das montanhas e dos campos, que provávelmente ainda lá estarão quando decidirem fazer uma viagem idêntica, fomos ao teatro. A um dos mais bonitos de toda a região, o Rosalia de Castro, na Corunha. Fomos vêr um espectáculo infantil chamado Golulá. Ganhou o prémio de melhor espectáculo infantil no festival de teatro de Ciudad Rodrigo. Se bem que ponha algumas reservas em relação ao texto e à encenação, foi uma delícia ver as crianças vibrarem como vibraram com o espectáculo. As figuras (o espectáculo é basicamente de marionetas) são absolutamente fantásticas e a direcção artística de Santiago Alonso é extraordinária, além do seu excelente trabalho de manipulação/interpretação. Aliás o mesmo se pode dizer dos outros intérpretes, embora a interpretação da personagem Lara, feita por Andrea Bayer, siga um caminho que não me agrada muito. Nada tem de errado técnicamente, mas tenho uma certa aversão às personagens infantiloides. O espectáculo é para crianças e temos uma personagem que também o é, e pronto lá temos um criança meio débil mental e de tótós em palco. Mas enfim, é uma aversão pessoal, embora possa ser um caminho para muitos válido. Em todo o caso é um espectáculo que aconselho vivamente. Tem magia, surpresa, humor, côr, boas interpretações e uma grande interacção com o público. Se tiverem oportunidade, não percam e levem os vossos filhos. Além do mais é em galego, o que o torna de muito fácil compreensão.
Por fim, resta-me dizer que é bom estar de volta até à próxima viagem.

Nota : Este texto ainda não respeita o novo acordo ortográfico. Qualquer erro é por incompetência do postador.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Avisos à Tripulação II

1- Vou aproveitar estes dias da semana santa, agora que terminou a carreira de "O Senhor Juarroz", para tirar uns dias de férias. Portanto, não andarei por estas bandas e o silêncio far-se-á sentir.

2- Dada a matéria explicada no ponto anterior, não estarei no Pinguim para lêr as barbaridades que os excelsos clientes daquele antro ali escrevem às quartas.

3- Na quinta-feira não vai haver poesia...

4- porque na sexta-feira é o dia Mundial da Poesia e haverá uma sessão especial para assinalar tão nobre data. A Virgínia fará as honras da casa.

5- Vou faltar ao Piquenique Poético a haver se estiver bom tempo e se alguém assim o desejar.

6- Boas férias para os que têm a mesma sorte que eu e bom trabalho para os desgraçados dos azarados.

sábado, 15 de março de 2008

Joaquim Castro Caldas esteve no Pingum Café

Antes da mais quero dizer que estou vivo! Como devem compreender pelo meu post "Avisos à Tripulação", demorei algum tempo a vir aqui fazer esta afirmação.
Estive a descansar!
Agora há que fazer o balanço da noite de poesia de quinta-feira e reforçar a ideia de que amanhã se espera que o piquenique poético realmente aconteça no Parque de S. Roque junto ao "labirinto" às 15h.
Na quinta-feira, as segundas-feiras desceram realmente à Cave do Pinguim.
Quando cheguei, após mais uma representação de "O Senhor Juarroz", deparei-me com algumas caras conhecidas e com Joaquim Castro Caldas (pelos vistos também acabado de chegar), o homenageado da noite, que me diz "poucos mas bons". Pensei que a informação daquela noite não teria chegado a toda a gente.
Dirigi-me à cave para organizar o espaço e, de repente, percebo que não ia conseguir organizar nada dada a enorme quantidade de pessoas que ali já se encontrava. Não consegui vêr a cara do Joaquim quando desceu, mas deve ter tido uma grande surpresa e sentido uma enorme alegria. Estavam lá realmente muitos daqueles que animaram as noites de há vinte anos.
A partir daí, começou a festa, com a poesia, com música, com muitas histórias e memórias.
Mas não pensem que houve lugar a saudades. Não!
Naquela noite, apesar das rugas e dos cabelos brancos, voltou-se realmente ao passado, vivendo-o de uma forma activa no presente. Os mais novos, alguns deles ainda tiveram coragem (parabéns)de dizer poesia no meio daqueles "cotas", devem ter pensado que gostariam de ser mais velhos e de terem vivido as segundas-feiras de poesia.
Enfim, uma noite memorável!
Não pude ficar até ao fim da noite, que sei ter acabado por volta das 03h30, por ter uma longa viagem pela frente. Mas saí de lá com a alma e o espírito cheios.
Aquela noite foi de uma enorme felicidade!
Obrigado a todos os que compareceram e animaram a noite, que espero um dia poder voltar a repetir-se.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Avisos à Tripulação

1 – Amanhã o espectáculo O Senhor Juarroz entra na recta final. Quem ainda não viu tem agora as últimas oportunidades. Até sábado às 21h45, sábado também às 16h e haverá uma sessão extra na segunda às 15h. Sempre no Teatro da Vilarinha.

2 – Como refiro no post anterior, amanhã homenageia-se, no Pinguim Café, o poeta, dizeur e actor Joaquim Castro Caldas.

3 – Na sexta-feira às 07h começo a preparar-me para o Assalto ao Santa Maria, com o primeiro dia de rodagens em Lisboa deste filme realizado por Francisco Manso. À noite estarei no Teatro da Vilarinha para mais um O Senhor Juarroz e, depois talvez não morra.

terça-feira, 11 de março de 2008

Homenagem a Joaquim Castro Caldas

Quinta-feira, dia 13 de Março, às 23h, as Segundas-feiras de Poesia descem à cave!

Pois é, há vinte anos, Joaquim Castro Caldas iniciou as famosas segundas-feiras de poesia que enchiam a cave do Pinguim Café.
Na quinta-feira, dia das actuais noites de poesia e, assinalando o primeiro evento das comemorações do vigésimo aniversário, o Pinguim Café presta uma homenagem a Joaquim Castro Caldas e convida muitos dos que participavam activamente ou assistiam a essas míticas noites dos finais dos anos 80.

Joaquim Castro Caldas tem estado nos últimos tempos afastado destes eventos poéticos devido ao seu estado de saúde algo debilitado, mas não abandonou de forma alguma a poesia e a criação literária e lançou recentemente o seu último livro « Mágoa das Pedras » que estará também disponível no próximo dia 13 no Pinguim Café.

Se alguém não tiver disponibilidade para comparecer neste dia e quiser fazer-se representar de alguma forma, sugiro que me enviem um texto para o meu email, que será naturalmente lido.

segunda-feira, 10 de março de 2008

Ciclo Nova Música Tradicional

Está completa a programacao do próximo Circunvalacao à Noite.
Dia 3 de Abril vamos ter os "Pé Na Terra", no dia 4 os "Mu" e para terminar, no dia 5
teremos "Eixo Norte-Sul - Diana e Pedro" e "Comvinha Tradicional".
Em breve haverá mais informacoes disponíveis, mas garanto desde já que estou muito feliz com esta programacao.

domingo, 9 de março de 2008

O S. Pedro é Mouco

O Piquenique está cancelado. Choveu!!!!!!
Para a semana mantem-se no mesmo sítio!

sábado, 8 de março de 2008

Os meus amigos locutores

Os meus amigos Rui Vieira e Cláudia Novais estão de regresso à rádio.

Piquenique?????

O S. Pedro deve ser misógino!
Amanhã, que previamos fazer um piquenique poético dedicado à mulher para comemorar a data de hoje (Dia da Mulher), o S. Pedro brinda-nos com este tempo.
Como ainda não choveu e, como talvez tão nobre Santo escute esta prece, vamos esperar para vêr antes de desmarcar seja o que fôr.
Se chover hoje, o piquenique não se realizará amanhã. Se não chover hoje e amanhã, lá nos encontraremos às 15h no Parque de S. Roque.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Poesia de Carmim - dedicada à mulher

Auroras de carmim

Em outras auroras
eu fazia amor
com as palavras
que deixavas no meu corpo

Todo ele escrito
em lápis de saliva
tua doce caligrafia
de carmim

Eram caracteres
de terras magníficas
em busca do desejo único
sem pontuação

Nessas auroras
a tua poesia
era só de amor

Não tinha política
nem classes esquecidas
nem mágoas
ou sorrisos irónicos

Era de carmim-

Começava pelas cinzas
espalhadas no meu mar
e incendiava
a solidão
dos nossos mundos


Virgínia Silva

Hoje à noite no Pinguim Café

domingo, 2 de março de 2008

História do primeiro piquenique poético - 1

O dia nasceu cinzento e pouco convidativo para um piquenique.
A natureza quis pregar-nos uma partida para o primeiro piquenique poético, talvez para testar a nossa resistência.
Tive que ir a Viana do Castelo no fim da manhã e, só conseguimos chegar ao Porto às 15h, hora prevista para o início do piquenique. A Virgínia já tinha enviado uma mensagem para saber se se faria com o tempo assim. No início disse que sim, mas acabámos por sucumbir ao frio que se sentia e com um novo telefonema desmarca-se o encontro. Por descargo de consciência, eu, a Lisa e a minha mãe fomos ao Parque de S. Roque, não fosse alguém aparecer.
Quando chegámos, sem comida e sem livros, já lá estava a Maria com dois sacos, um com o farnel e outro com livros. Alguém menos cobarde do que nós estava ali para o que desse e viesse.
Decidimos dar uma volta pelo parque e atrás de nós, em passo apressado, chegam o Élio e a Sílvia, sem comida também, mas com livros. Prosseguimos o passeio, o Élio tinha levado a câmara fotográfica para registar imagens do primeiro piquenique poético (que mais tarde colocarei aqui) e lá parámos para tirarmos umas fotos com o rio Douro como pano de fundo.
Depois de dada a volta ao parque, ainda duvidávamos se faríamos o piquenique. Só a Maria levava comida e a humidade era muita e o frio também, mas lá nos sentámos numa mesa de granito e atacámos o farnel da Maria que ainda assim, conseguiu levar alguma comida de volta para casa. Enquanto comemos as atenções centraram-se nos livros e começaram as leituras que trouxeram novidades para todos, com poemas e poetas desconhecidos para alguns de nós.
Só me lembro de alguns nomes (o dos mais conhecidos) de poetas que foram recitados: Miguel Torga, Sam Sheppard, Daniel Jonas, Alberto Pimenta, Ana Pereira, Jorge Sousa Braga, Florbela Espanca, Mário de Sá-Carneiro, dois poetas que tinham Rui no nome e outros.
No fim, concordámos todos que repetiriamos para a semana e no mesmo sítio, porque devido ao frio não pudemos aproveitar devidamente, nem aquecer realmente o ambiente com a poesia que foi lida num tom muito morno e tímido. Mas por sugestão da Maria, no próximo domingo haverá uma surpresa que será bem divertida e que surpreenderá quem no parque ande a passear.
Para terminar este relato, cabe-me pedir imensas desculpas à Virgínia que pela nossa (minha e da Lisa) pouca fé, acabou por ficar em casa com um bolo que tinha estado a fazer para o piquenique.

sábado, 1 de março de 2008

Lisboa Invisível

A partir de 5 de Março, há que ir à Rua do Açucar,64, Beco da Mitra em Lisboa vêr o novo espectáculo do Teatro Meridional "Lisboa Invisível".
Hoje no Expresso saíu uma excelente critíca da autoria de João Carneiro que diz "Uma peça prodigiosa no rigor estético e na tensão permanente" ou ainda "São nove os maravilhosos intérpretes" e, entre eles está o meu grande amigo e, também grande actor, performer, encenador e escritor Paulo Oliveira.
Outros amigos foram vêr aquando da estreia no Teatro S. Luiz e só me disseram maravilhas.
Quem andar pela capital, aqui tem um espectáculo a não perder!