Tal como acontece em todos os Circunvalação à Noite, o segundo dia apresenta, dentro de cada ciclo, algo que toca e ao mesmo tempo foge ao género. A definição de Godot torna-se difícil, as oscilações entre a spoken words e o rock puro baralha todos os que gostam de classificar, inventariar, engavetar, arrumar.
Com escassos 3 meses de existência os Godot apresentaram um concerto com temas muito bem compostos, reforçados por uma voz e uma interpretação de textos com a qualidade que Mário Costa nos habituou aquando dos seus tempos de palco (antes de abandonar a carreira, foi actor do Teatro do Noroeste e do Teatro Nacional S. Joao, entre outros).
Apoiados por uma excelente iluminação de palco e por um videojockey que merece a mesma adjectivação, os Godot colocaram assim a cereja em cima do bolo.
Sendo o Circunvalação à Noite um projecto para divulgar bandas emergentes, Godot foi a aposta deste ciclo. Naturalmente com 3 meses de existência, ainda lhes falta alguma maturidade, mas estão sem dúvida no bom caminho e a continuar assim, serão umas das grandes bandas portuguesas, com a vantagem de seleccionarem e interpretarem grandes textos de grandes poetas. Como eles próprios dizem "Godot dá movimento às palavras dos poetas como se de um chevrolet se tratasse". A metáfora encaixa perfeitamente!
O unico senão da noite de ontem foi a confirmação de que o público português arrisca pouco e não é muito amigo da novidade. Sempre que se apresenta uma banda emergente a afluência é muito reduzida e pouco mais de 40% da lotação da sala foi preenchida.
Antes de terminar este post, sugiro que comprem o Primeiro de Janeiro de hoje, onde sai a crítica especializada ao concerto de ontem. Amanhã será a vez da critica sair em relação aos Godot.
Logo à noite o Circunvalação à Noite encerra com o grande Adolfo Luxúria Canibal e o seu "Estilhacos", acompanhado por António Rafael e Henrique Fernandes.
sábado, 19 de janeiro de 2008
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