segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

NATAL

A festa hoje dá lugar à melancolia.
Já não somos crianças,
não temos insónias a pensar nos brinquedos
nem sofremos a ansiedade da meia-noite.
Crescemos…
O tempo levou-nos a fé,
levou-nos os avós
levou-nos os pais.
Trouxe-nos os filhos
e a melancolia
de termos sido crianças
e ter sido uma festa.

Rui Spranger

sábado, 30 de outubro de 2010

Há um sorriso a menos...

A vida vai-nos ensinando que ninguém é imprescindível. Mas esta não é uma verdade absoluta. A vida continua sem os que demasiado cedo partiram, mas deixa de ser a mesma. Passa a ser outra… mais vazia.
Não escrevemos sobre todos os que nos marcaram e nos deixaram.
Acho que nunca escrevi uma linha sobre o meu pai. Era demasiado íntimo, demasiado pessoal. Tão demasiado que nem eu percebo a dimensão da sua influência em mim.

Perante a morte “não há palavras”, como dizia o Fernando Pessoa, mas estas ajudam a libertar-nos, não porque nos queiramos libertar, mas porque há uma sensação de injustiça perante a morte de certas pessoas.
E as palavras são a vã esperança da homenagem justa. Mas não há homenagens justas, falta sempre qualquer coisa, não chega dizer, expressar, escrever. Ele já cá não está e nada fará com que volte. Mas haverá sempre a chama do amor dos que o amaram e isso é qualquer coisa. É pouco, mas é qualquer coisa. É talvez o possível ante a impossibilidade.

O João Paulo Seara Cardoso criou para mim a melhor companhia de teatro portuguesa e dentro das marionetas era das melhores do mundo. Mesmo quando eu não gostava de alguns espectáculos era inegável a qualidade. O amor que tenho pelo Teatro de Marionetas do Porto permitiu-me sempre falar com o coração, porque para mim nunca foi possível falar de outra maneira. O João Paulo fez o espectáculo da minha vida, o “Miséria” que tive a oportunidade de ver 12 vezes e o triste é não poder voltar a ver. Não poder partilhar com mais amigos. Mas é tão boa a recordação da sua voz no fim de cada espectáculo “Outra vez, Rui?” ou quando nos encontrávamos ao acaso num bar “Tu foste ver isso tudo? Tenho que te dar um cartão vitalício do Teatro de Marionetas”.
O sorriso sincero nos encontros ocasionais, o elástico nos dedos quando foi meu professor, o humor e boa disposição constante.

O João Paulo era admirável tanto como artista, tanto como homem. E isto é extraordinário.

Não éramos amigos íntimos, mas havia aquele sincero gostar. Mas sobretudo…

É muito duro ver partir quem tanto nos fez sonhar!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Estreia 9 de Outubro 2010, no Teatro da Vilarinha

VEM AÍ A REPÚBLICA…

Chegou em 5 de Outubro de 1910 mas estava iminente desde 31 de Janeiro de 1891. Vem aí a República traz até aos nossos dias, através de uma montagem de textos, as vozes republicanas que há 100 anos acreditaram ser possível editar um Portugal diferente e melhor. Vozes de homens como Guerra Junqueiro, Gomes Leal, António Patrício, Alberto Osório de Castro e, de mulheres que fizeram do ideal feminista uma causa sem precedentes no País, como Ana de Castro Osório e Maria Velleda. Estreia a 9 de Outubro, às 21h45, no Teatro da Vilarinha, no Porto.

O espectáculo tem encenação de João Luiz, que seleccionou e organizou os textos, e cenografia de João Calvário e Rui Azevedo. Em palco estarão Rui Spranger e Patrícia Queirós, com figurinos de Susanne Rösler. Pedro Junqueira Maia compõe a música e Rui Damas desenha a luz.

Vem aí a República é o contributo do Pé de Vento para o conhecimento do que foram as lutas pelos ideais republicanos, que, no Porto, começaram muito antes, com o 31 de Janeiro de 1891. Provam-no os jornais da época, reclamando igualdade, solidariedade e fraternidade e criticando mordazmente uma monarquia de costas viradas para os portugueses, menos de cinco milhões maioritariamente pobres e analfabetos.

“Para bem do seu povo um rei, segundo o estilo,/deve dormir a sesta… e bem fazer o chilo./Que importa que um país falto de capitais/empenhe as possessões todas coloniais?” O sarcasmo era uma arma. “E, sendo iníquo, enfim, uns rirem na opulência,/outros apodrecer num cárcere corrupto…/eu ergo, ó rei! a voz ante a vossa clemência,/e em nome da Equidade, em nome da Coerência.”

“Que o porco esmague o lodo, é natural. O que é inaudito é que o ventre dum porco esmague uma nação, e dez arrobas de sebo achatem quatro milhões de almas! Que ignomínia! Basta. Viva a república, viva Portugal!” Em prosa ou poesia, eram homens que assim escreviam. Às mulheres cabia um outro discurso. “Quando se fala no sufrágio feminino em Portugal, objectam-nos ‘que não está nos nossos costumes.” É o espírito da rotina que fala. Também a República não está nos nossos costumes e há-de ser um facto, dependente apenas de uma simples questão de tempo.”

Foi uma questão de muito pouco tempo, aliás. “Mas será tudo isto um sonho? (…) Será motivo para depormos as armas e repousarmos enfim?”

Vem aí a República estará em cena no Teatro da Vilarinha de 6 a 29 de Outubro, sábados às 21h45 e domingos às 16h00. De 3ª a 6ª feira há sessões às 11h00 e 15h00, reservadas ao público escolar, mediante marcação. Para maiores de 12 anos.

Preço dos bilhetes: 10€; 5€ (reduzido); 3,40€ (grupos 10px).
Reservas para o telf. 226 108 924

sábado, 6 de março de 2010

Próxima segunda-feira de Poesia

Daniel Maia-Pinto Rodrigues lançou recentemente o livro "A Casa da Meia Distância" editado pela Mariposa Azual e será o convidado especial na noite de poesia da próxima segunda-feira no Pinguim Café.
A livraria Poetria associa-se a esta noite disponibilizando, entre outros, livros deste autor.
Assinale-se também que Daniel Maia Pinto Rodrigues foi um frequentador, impulsionador, "dizeur", animador e amigo das noites de poesia do Pinguim Café nos tempos do saudoso Joaquim Castro Caldas.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Noite de Poesia de Hoje

Depois de duas sessões consecutivas com casa cheia esta noite contamos com o Rui David na guitarra e voz, com o jovem poeta Nuno Brito, do qual faremos a apresentação do já publicado "Delirio Húngaro" e de excertos inéditos que farão parte do proximo livro a editar pela Assírio & Alvim. Estarão ainda em exposição os desenhos realizados pela Sabina na semana passada. O Artista plástico convidado de hoje está no segredo dos deuses e nem eu sei quem vai ser. Espera-se pela surpresa.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Carnaval substitui poesia. (Que ninguém leve a mal)

Como amanhã é véspera de Carnaval, não haverá sessão de poesia.
Regressamos dia 22 com várias surpresas. Algumas delas serão reveladas aqui no blog.
Bom Carnaval para todos!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

A Máquina de Fazer Espanhois

"A Máquina de Fazer Espanhois" é o último romance de Valter Hugo Mãe. Ainda não concluí a leitura mas devo dizer que estou a adorar e amanhã muito provávelmente terminá-lo-ei.
Já está à venda nas livrarias, mas logo à noite na Biblioteca Almeida Garrett, no Porto, será feito o lançamento oficial do livro, com uma edição especial para coleccionadores.
Às 21h haverá actividade relacionada com este lançamento que oficialmente começará às 21h30.
Eu vou lá estar e participarei com a leitura de um excerto do livro.
Apareçam! (Se não puderem, comprem o livro que vale a pena!)

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Labirintho 10/02/2010

Hoje à noite no Bar Labirintho será lançado o último livro do Daniel Maia Pinto Rodrigues.
Eu vou lá assistir e convido os amigos a aparecerem por volta das 22h.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Poesia no Pinguim Fevereiro 2010

Durante o mês de Fevereiro o ambiente sonoro será assegurado pelo Rui David que substitui o Blandino e a Sara que vão ter umas merecidas férias.
Apareçam!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Próxima Quinta de Leitura No Campo Alegre



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segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Poesia no Pinguim

Amanhã é segunda-feira e como habitual haverá poesia no Pinguim Café entre as 23h e a 01h, com a particularidade de ter a participação especial do António Pedro Ribeiro que apresentará o seu último livro que estará também à venda.

Será uma sessão certamente divertida.

Apareçam!!!!!